Roda de Samba | Wagner Moura

• Inesperado

Nos dias que seguiram à exposição do nosso relacionamento, o divórcio, e a entrevista no podcast, a pressão começou a aumentar. A mídia não deixava de nos perseguir, e manchetes sobre nós dois estavam em todos os sites e páginas. Essa situação era um prato cheio para aqueles que não conseguiam tirar proveito, de um pedaço da vida pessoal de Wagner Moura. Sempre muito discreto, pouco se sabia da vida de Wagner, e agora, tudo era muito exposto após o anúncio do divórcio. No início, tentei ignorar, mas logo comecei a sentir os efeitos dessa atenção excessiva.

Acordei em uma manhã me sentindo estranha. Uma sensação de cansaço, como se meu corpo estivesse pesado. Meu trabalho aquela manhã não rendeu. Talvez fosse o estresse de toda a situação, pensei. Wagner estava fora, em uma reunião para resolver assuntos relacionados ao próximo projeto dele, e os meninos estavam com a mãe, então eu tinha a casa só para mim.

Fui para a cozinha, tentei tomar um café, mas o cheiro do café me causou uma leve náusea. Estranho, porque eu adorava café. Decidi que talvez fosse melhor ficar com algo leve, mas nada parecia realmente bom.

Os dias passaram e a sensação de desconforto persistiu. Às vezes, eu me sentia enjoada do nada, e outras vezes, era um cansaço inexplicável que tomava conta de mim. Até que, em uma tarde, enquanto conversava com Alice Braga ao telefone, ela comentou:

— Margot, isso tá me parecendo familiar. Você já pensou que pode estar grávida?

A pergunta me pegou de surpresa, e meu coração acelerou. Não, eu não tinha pensado nisso. Mas agora, com todas essas pistas, a ideia parecia fazer sentido.

- Não Alice, acho que não. Eu e Wagner nos prevenimos. - disse pensativa. - Se bem que..... - ai não, não acredito, pensei.

Desliguei o telefone com Alice e fiquei ali, parada no meio da sala, tentando processar o que ela tinha sugerido e relembrando um certo momento atípico que nos ocorreu. Seria possível? Um turbilhão de pensamentos tomou conta da minha mente. O timing não era o melhor, mas agora não tenho muito o que fazer.

A possibilidade de estar grávida parecia surreal, e ao mesmo tempo, as peças começaram a se encaixar. A náusea, o cansaço, a sensibilidade a certos cheiros — tudo apontava para algo que eu ainda não estava preparada para admitir.

Decidi não esperar mais. Peguei as chaves do carro e saí correndo para a farmácia mais próxima.
Quando voltei para casa, o teste de gravidez em minhas mãos parecia pesado, como se aquele pequeno objeto fosse mudar tudo, e eu sabia que mudaria. Respirei fundo e segui para o banheiro.

Os minutos de espera foram os mais longos da minha vida. Sentada no vaso, observando o teste sobre a pia. Meu coração batia tão forte que eu podia ouvir o som do meu próprio pulso. Quando finalmente reuni coragem, levantei-me e olhei para o resultado.

"Grávida 1-2"