• Sorria você está na Bahia, Bahia de são salvador...

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A viagem para o Brasil chegou mais rápido do que imaginávamos. Assim que o avião pousou em Salvador, senti um misto de ansiedade e felicidade tomar conta de mim. Eu sempre quis conhecer a Bahia, mas nunca tive a oportunidade, e agora com Wagner, sinto que Salvador sera minha nova casa. A cidade tinha uma energia única, um calor que não vinha apenas do clima, mas das pessoas, da cultura, e principalmente, das memórias de Wagner.

Wagner apertou minha mão enquanto saíamos do aeroporto, seus olhos brilhavam com uma emoção que eu ainda não havia visto antes. Era como se ele estivesse voltando para casa, para um pedaço de si que sempre ficou guardado ali. Suas memórias sobre Salvador, sempre eram lembradas com carinho e orgulho.

— Sabe, eu sinto falta desse lugar. Faz muito tempo que não volto. — disse Wagner, olhando pela janela do carro que nos levava para a casa de sua mãe.

— Dá pra ver que isso mexe com você de uma maneira diferente. — respondi, sorrindo enquanto observava cada detalhe da cidade.

Ele olhou pra mim, seus dedos entrelaçados aos meus, e sorriu.

— Você vai entender quando conhecermos minha mãe e minha família. Esse lugar faz parte de quem eu sou e quem me tornei hoje em dia. — Wagner disse, sua voz carregada de emoção.

Ao chegarmos na casa de sua mãe, o portão se abriu, e lá estava Dona Alderiva, com um sorriso caloroso no rosto. Era fácil perceber de onde Wagner tinha herdado aquele charme e gentileza. Ela nos recebeu com um abraço forte, daqueles que faz você se sentir instantaneamente em casa.

— Sejam bem-vindos! — disse Dona Alderiva, com a voz cheia de carinho. — Estava esperando tanto por esse momento!

— Mãe, essa é a Margot, minha namorada. — Wagner me apresentou, e eu sorri, tentando conter o nervosismo.

— Ah, Margot, eu já ouvi falar tanto de você. — Ela me puxou para um abraço. — E agora, vocês vão me dar mais um netinho... Que felicidade! — completou, com os olhos brilhando de emoção.

Minha barriga ainda não aparece, já que estou de 2 meses. Graças a Deus tem corrido tudo muito bem e quase não sinto nada nessa gestação. Ainda.

Senti o calor daquele acolhimento, e percebi o quanto era importante para Wagner que eu estivesse ali, conhecendo suas raízes, sua família. Nos dias seguintes, conheci mais sobre sua família, e pude ver o quanto todos estavam felizes por nós.

À noite, enquanto estávamos deitados no quarto que Dona Alderiva havia preparado para nós, Wagner e eu conversávamos sobre o futuro.

— Você acha que está tudo bem? — perguntei, virando-me de lado para encará-lo.

— Com a gente? — ele respondeu, brincando com uma mecha do meu cabelo. — Eu acho que estamos mais fortes do que nunca, Margot.

Eu sorri, sentindo o calor de suas palavras.
O sorriso em seu rosto, os olhos carregados de uma certeza tranquila, me faziam acreditar que tudo seria possível. Eu me aconcheguei mais perto, sentindo seu abraço me envolver, enquanto lá fora o som do mar nos embalava.

Os dias na Bahia passavam como uma brisa suave, carregados de uma tranquilidade que eu não sabia que precisava até estar ali. A casa de Dona Alderiva sempre cheia de vida. Eu observava tudo, tentando me ajustar ao novo ritmo, enquanto Wagner parecia mais em paz do que eu jamais tinha visto.

Em uma tarde, estávamos sentados na varanda, olhando o sol se pôr no horizonte, quando Wagner começou a contar histórias de sua infância. O vento balançava levemente as folhas das árvores, e o som distante do mar criava uma melodia perfeita para aquele momento.

Roda de Samba | Wagner MouraOnde histórias criam vida. Descubra agora