HANABI ▪ Hyunlix

▪ 18

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    𝐴cordei cedo naquela manhã, antes mesmo do sol começar a iluminar os telhados do palácio de Baekje. O amanhecer sempre foi um momento de introspecção para mim, um espaço de silêncio onde eu podia me refugiar dos deveres e desafios que vinham com a coroa. Hoje, no entanto, havia algo mais que ocupava minha mente. A lembrança do beijo que compartilhei com Felix na noite anterior estava tão vívida quanto o orvalho nas folhas do jardim.

Eu, Hwang Hyunjin, rei de Baekje, artista e, acima de tudo, um alfa, sentia-me como se estivesse em uma encruzilhada. O que começou como uma atração silenciosa havia se transformado em um desejo avassalador que desafiava todas as minhas convicções. Felix não era apenas um ômega comum; ele era um espírito livre, uma força da natureza que parecia entender minha alma de uma forma que ninguém mais conseguia.

Levantei-me lentamente, tentando afastar o torpor da noite passada. A brisa fresca da manhã entrou pela janela, trazendo consigo o cheiro da terra úmida e flores desabrochando. Fui até a janela e olhei para o horizonte, onde o céu começava a se tingir de laranja e rosa. A beleza da cena parecia espelhar o turbilhão de emoções dentro de mim.

Eu sempre fui conhecido pela minha arte, pela habilidade de capturar a essência do mundo em pinceladas e cores. Mas agora, parecia que meu coração estava tentando pintar uma obra-prima que eu ainda não conseguia compreender completamente. Felix havia se tornado minha musa, e cada lembrança daquele momento compartilhado sob as estrelas era uma nota de música, uma pincelada, uma linha de poesia.

Enquanto me vestia, refleti sobre as responsabilidades que vinham com meu título. Ser rei não era uma tarefa fácil, especialmente ao lado de meu irmão mais velho, Changbin. Ele sempre foi o mais pragmático de nós dois, focado nos deveres e nas tradições que mantinham nosso reino forte. Eu, por outro lado, sempre fui mais sonhador, mais disposto a explorar as nuances da vida e do amor.

Saí do meu quarto e caminhei pelos corredores do palácio, cumprimentando os servos e guardas que encontrava pelo caminho. A formalidade de tudo isso me parecia um contraste gritante com a simplicidade e a pureza do que eu sentia por Felix. Havia uma parte de mim que desejava compartilhar essa nova descoberta com Changbin, mas sabia que ele poderia não entender.

Cheguei ao meu estúdio, um espaço onde eu podia ser apenas Hyunjin, o artista, e não o rei. Paredes forradas de telas, tintas cuidadosamente organizadas, e a luz suave entrando pelas janelas criavam um ambiente onde eu podia perder-me na criação. Peguei um pincel e comecei a trabalhar em uma nova tela, tentando capturar a essência do que Felix significava para mim.

Enquanto as cores começavam a preencher a tela, meus pensamentos voltaram à noite anterior. A maneira como Felix sorriu antes de nos beijarmos, a suavidade de seu toque, o calor que emanava de cada palavra não dita. Eu estava ciente do quanto isso era arriscado, do quanto poderia complicar nossas vidas já complexas. Mas havia algo em Felix que me fazia querer arriscar tudo.

A pintura começou a tomar forma — um campo de flores sob um céu estrelado, com dois silhuetas no centro, perdidas na imensidão do momento. Era um reflexo do que eu sentia, uma representação do que eu esperava que pudesse ser. Cada pincelada trazia à tona uma memória, um suspiro, uma promessa silenciosa de que algo lindo estava se formando entre nós.

No entanto, junto com a excitação, havia o medo. E se Felix não sentisse o mesmo? Eu sei que ele veio atrás de mim, mas não posso pensar diferente. E se o que compartilhamos fosse apenas um momento passageiro, sem futuro? O que aconteceria se nossas famílias descobrissem? Meu pai estaria de acordo? Espera, por que eu me importo? Eu sabia que os desafios não seriam poucos, mas havia uma determinação crescendo dentro de mim — a vontade de lutar por aquele sentimento, de proteger a conexão que havíamos criado.