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. ˚✧┊𝐹𝐸𝐿𝐼𝑋

   𝑆entado à beira da janela, observando a luz do dia se dissipando lentamente, uma nuvem de incertezas pairava sobre meu coração e cérebro. O sol se escondia atrás das montanhas, pintando o céu com tons de laranja e roxo, mas, em mim, havia uma tempestade irreversível. Era difícil descrever o que sentia. Por um lado, havia uma alegria imensa por estar ao lado de Hyunjin, por compartilhar momentos que aqueciam minha alma. Mas, por outro lado, havia um peso constante, uma necessidade não dita que me deixava inquieto.

Desde que ele havia se aberto sobre os medos que o assombravam, sobre a sombra que Dooshik lançava sobre sua vida, uma preocupação profunda havia se estabelecido em meu peito. Eu conhecia a dor da ausência de um pai, embora a minha situação fosse diferente. Lim, meu tio de adoção, sempre fora uma figura amorosa e protetora, tanto para mim quanto para Jeongin, mas eu sabia que ele não era meu pai biológico. Essa ausência deixava um vazio que era difícil de preencher, e agora, vendo Hyunjin lutando contra seus próprios demônios, eu me sentia impotente.

Jeongin, meu irmão mais novo, que eu considerava um pequeno bebê, estava em um mundo distante, perdido em seus próprios pensamentos. Eu percebia que algo o perturbava, mas suas expressões eram um mistério que eu não conseguia decifrar. Ele estava tão absorto em sua própria realidade que não conseguia encontrar o momento certo para conversar sobre meus sentimentos por Hyunjin. E, sinceramente, não queria sobrecarregá-lo com os meus próprios problemas. O coração de Jeongin parecia carregado, e eu não queria ser a razão por ele se sentir ainda mais sobrecarregado.

Mesmo assim, andei até seu quanto com um pouco de incerteza. Eu queria que ele falasse comigo, pois desde que Jisso veio nos visitar e nós conversamos sobre coisas do coração, sobre relacionamentos e como nos sentíamos perto de alfas, Innie claramente estava mais fechado e desconfortável.

Seria pedir muito ele me contar o que se passa naquele coraçãozinho? Ou melhor, se alguém já se instalou lá?

Assim que chego em frente à porta, fico hesitante ao bater, pois não sei se ele está acordado ou se está em casa. Ele tem saído bastante e voltado tarde grande parte das vezes. Tio Lim conversou com ele e disse que estava tudo bem se ele quisesse sair e se divertir, mas que estava preocupado com a imersão do mais novo.

Bato na porta.

Escuto apenas um "entra" sem animação ou qualquer emoção possível. Adentro lentamente para dentro do cômodo e vejo Yang sentado em um banquinho perto da janela, e ele nem sequer vira o rosto para me olhar.

— Innie? — O chamo fechando a porta e me aproximando do mesmo.

— Hm?

Ele ainda não me dá o contato visual que eu tanto preciso. Ele pode não me contar muitas coisas com as palavras, porém seus olhinhos castanhos nunca mentem para mim.

Chego cada vez mais perto e coloco a mão em seu ombro. Zero reação novamente. Ele nem parece ter percebido o toque.

— O que está fazendo? Por que não para de olhar lá para fora, hm? Quer sair? — Eu acaricio seu ombro e sinto sua mão sob a minha.

— Não é na...

— Pare com isso, Yang Jeongin! — digo tirando sua mão do meu ombro e agarrando seu pulso, bem de leve para não machucar, e levantando ele.

Seus olhos estavam pedindo ajuda. Seu rosto estava inchado e vermelho como se ele estivesse chorando recentemente, e eu vi em sua expressão o quanto ele estava sofrendo. Suas mãos ficaram trêmulas e seus lábios não estavam diferentes, ele engoliu seco tentando disfarçar o choro que se aproximava, mas isso não adiantou muito. As lágrimas caíram pingando e molhando suas bochechas rosadas, e o meu chão também desabou.

HANABI ▪ HyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora