𝐃𝐄𝐙𝐄𝐒𝐒𝐄𝐈𝐒.

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𝐌𝐀𝐘𝐀

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𝐌𝐀𝐘𝐀.

Eu queria ficar nesse momento para sempre. Dormir e acordar aqui, sem nunca sair. Ainda não quero terminar o beijo, mas a falta de ar chega sem pedir licença. Quando finalmente paramos, ele se afasta um pouco, mas eu continuo no mesmo lugar, meus braços ainda ao redor dele. Ele, por outro lado, volta a segurar a bancada com as mãos ao lado do corpo, como se precisasse de um ponto de apoio. Sinto um alívio por ele não ter me abraçado.

Beijo eu consigo lidar, isso eu posso garantir. Mas um abraço... ainda não tô pronta, e ele sabe disso. Sabe como eu me sinto sobre essas coisas, sobre me deixar ser tão vulnerável assim.

Encosto a cabeça na curva do pescoço dele, e sinto quando ele faz o mesmo, apoiando levemente a cabeça na minha. O silêncio entre a gente é quase palpável, só quebrado pela respiração dele, forte e profunda, como se cada suspiro tivesse um peso. Ficamos assim, sem falar nada, só existindo naquele momento. Eu não sabia o que pensar, nem o que sentir. Minha mente tentava processar, mas meu corpo parecia saber que aquilo, de algum jeito, fazia sentido.

Às vezes, parece que estou errando em tudo, como se nada fizesse sentido. Mas, quando a gente está junto, sinto que, de algum jeito, somos os únicos certos no meio de tanta confusão. Mesmo que o resto do mundo discorde, há algo em nós que me faz acreditar que talvez seja o mundo que esteja errado, e não a gente.

― Maya.― sussurra ele.

Sua boca tá tão perto do meu ouvido que sinto a respiração quente, e sua voz rouca me arrepia inteira. Meus olhos continuam fechados, mas meu corpo reage a cada palavra como se fosse um choque que percorre minha pele.

― Oi.

Ele faz uma pausa, respirando fundo, como se estivesse reunindo coragem pra continuar. Seus olhos encontram os meus, sérios, mas com um toque de hesitação.

― Vou sair do Palmeiras. ― Ele solta de uma vez, como se as palavras pesassem demais pra ficar guardadas. ― Vou embora em agosto.

O silêncio que vem depois parece carregar todo o peso da notícia. Ele não diz mais nada, apenas fica ali, como se estivesse esperando que eu processasse o que acabou de dizer, mas sem coragem de enfrentar a reação que isso pode provocar. Eu sinto uma mistura de surpresa e confusão. O que dizer diante de algo assim? A mente começa a trabalhar, tentando encontrar o sentido daquela decisão inesperada, enquanto o espaço entre nós parece encolher e se expandir ao mesmo tempo.

― Também vou embora. ― digo.

Ergo a cabeça e o meu olhar se prende ao colar que ele usa. Meu dedo passa suavemente pelo pingente, onde está gravada a primeira letra do nome dele. Ele me olha com uma intensidade que quase me faz sentir os lábios dele se aproximando novamente. E, honestamente eu beijaria ele mil vezes se pudesse. Não houve um pingo de desconforto dessa vez; a sensação foi arrebatadora, mas incrivelmente boa.

𝐂𝐈𝐂𝐀𝐓𝐑𝐈𝐙𝐄𝐒 𝐃𝐀 𝐀𝐋𝐌𝐀- Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora