𝐂𝐈𝐂𝐀𝐓𝐑𝐈𝐙𝐄𝐒 𝐃𝐀 𝐀𝐋𝐌𝐀- Richard Ríos

𝐃𝐄𝐙𝐄𝐍𝐎𝐕𝐄.

𝐌𝐀𝐘𝐀.

O sol da tarde estava alto quando cheguei ao CT com Kiara. Ela insistiu tanto que eu vinhesse que acabei cedendo. No fundo, só queria minha cama. Mas, admito, uma parte de mim amou a ideia de ver Richard treinando. Ele ficava ainda mais irresistível suado e concentrado no campo, de um jeito que me atraía mais do que eu queria admitir.

Ficamos perto do campo, onde a visão do treino era perfeita. sol refletia na grama verde, e algumas crianças, filhos dos jogadores, brincavam ao redor. A leveza delas era um contraste cativante com a seriedade do treino, trazendo uma sensação de normalidade ao cenário. Kiara estava ao meu lado, comentando cada jogada com entusiasmo, mas eu estava completamente focada em Richard.

Lá estava ele, no meio do campo, focado, determinado, e cada movimento seu me atraía como um ímã. Havia algo hipnotizante na maneira como ele se movia, como se o resto do mundo desaparecesse. Parecia estar em seu próprio universo, e eu estava completamente absorta nisso.

De repente, ele olhou em minha direção, e eu soube que tinha me visto. Seu olhar tinha uma faísca, e um sorriso rápido, quase imperceptível, passou por ele antes de voltar à concentração.

Quando o treino deu uma pausa, Richard passou por nós, suado e com a respiração ainda descompassada, mas aquele sorriso discreto e confiante no rosto. Nossos olhares se encontraram por um instante antes de ele desviar o olhar e entrar no CT, sem pronunciar uma palavra.

— Você acabou de ser intimada — comentou Kiara, ao meu lado, com um sorriso provocador.

— Não sou cachorro pra ir quando ele manda — retruquei, tentando esconder o frio na barriga.

— Vocês estão brigados? — ela perguntou, cruzando os braços e me observando com curiosidade.

— Não.

— Então vai lá, uai.

Olhei ao redor, certificando-me de que ninguém estava prestando atenção. Os jogadores estavam dispersos, e a oportunidade parecia perfeita. Respirei fundo, hesitante, mas meus pés já estavam se movendo antes que eu pudesse pensar melhor. Segui em direção ao CT.

Richard já tinha sumido de vista. O corredor estava silencioso, quase abafado. Quando passei pela porta, senti de repente uma mão me puxar com firmeza, me arrastando para dentro de uma sala. E o  clique da porta se fechando soou atrás de mim.

Olhei pra cima encontrando os olhos intensos de Richard tão perto que eu podia sentir o calor que emanava dele.

— Devia ter vindo com a minha camisa, corazón — a voz dele saiu rouca, o "corazón" em espanhol soando como um sussurro carregado de intensidade. O olhar dele estava fixo no meu, e o mundo ao redor parecia ter parado.

— Por que,isso te faria treinar melhor? — perguntei, com um sorriso ligeiramente provocador, desafiando-o.

Richard deu um passo à frente, tão próximo que quase podia sentir a respiração dele. O sorriso dele era lento e cheio de um mistério envolvente. — Talvez. — Ele inclinou a cabeça, o olhar perigoso enquanto me observava. — Ou talvez eu só goste da ideia de ver você com algo meu.