11- I support you

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— Isso aí, até que você não é tão burra – Catra concluiu após eu finalmente desapegar das rodinhas.

Falando a verdade, antes do meu pai falecer eu andava com uma bicicleta comum, sem adotar a prática estranha dele de pedalar com rodinhas. Contudo, me acomodei com a segurança da bicicleta dele, e desde então, sigo com o meu apelido vergonhoso.

— Achei que iria demorar mais

— Catra, eu não pedalei com rodinhas a vida toda. Eu já tenho uma boa ideia de como é — Ela deu de ombros.

— Se você diz, quero ver se dá conta de algo a mais.

Senti meu corpo arrepiar quando ela se aproximou de repente. Dei um pulo de susto quando ela colocou a mão na minha cintura — o que a fez soltar uma risada satisfeita — e sentou-se na parte de trás do veículo.

— Ah, Então foi por isso que você me presenteou com uma bicicleta de dois lugares?

— É claro que sim, eu penso em tudo!

— Então você confirma que fez tudo isso pensando em sair comigo? Quem diria que você seria assim logo comigo, Catra... — Olhei para trás com o canto do meu olho, o suficiente para enxergar o quanto aquela garota ficou vermelha com o meu comentário.

— É claro que não foi por isso, sua idiota — Gaguejou.

— Foi por qual motivo, então? — Ela deu de ombros.

— Só anda logo, Adora!

— Me diga para onde, então.

Ela me olhou sem expressão, até finalmente sorrir sugestiva.

— Eu confio em você.

[...]

Pedalei ali mesmo, pelo parque. Detesto assumir, mas talvez a Catra não seja alguém tão desprezível assim. Ainda não achei uma brecha proveitosa o suficiente para eu tirar as minhas dúvidas, porém ainda não desisti, afinal, tenho um motivo em especifíco para ter aceitado essa "aula" — e sim, talvez esse motivo seja só porque eu sou uma grande desocupada que arranja desculpa para sair.

Aos poucos, fui olhando ao redor procurando algum lugar para parar e conversar com a Catra, tal momento em que finalmente vou perguntar o que eu quero e ir embora, para nunca mais ter que sair com ela.

Tá bom, talvez sair com ela não seja tão ruim.

Parei a bicicleta ao lado de uma árvore, estendendo a toalha na grama e dando espaço para a morena sentar.

— Eai, passei no teste? — Perguntei.

— Sua sorte é que eu sou uma ótima professora, Adora — Rolei os olhos.

— E uma péssima modesta.

— Não deixo de ser uma ótima professora!

— Céus... Por que você é tão insuportável? — Perguntei.

— Não sei. Por que você é tão fácil de irritar?

— Eu perguntei primeiro.

Ela ficou quieta por uns instantes, um pouco pensativa.

— Não sei.

— É sério isso? — Ela sorriu.

— Viu, é muito fácil te irritar! — Dei-me como derrotada, o que foi algo muito agradável aos olhos da Catra e péssimo para o meu ego.

Mais tarde, a mesma pegou sua caixa de som e a ligou, deixando logo em seguida o volume no máximo.

— Catra, o que está fazendo? — Perguntei

Rivalidade Recíproca - CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora