25- Lost Records

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OI DENOVO

Sim, se vocês perceberam, eu estou postando no mínimo um capítulo por dia.
Não é uma promessa, mas estou me esforçando para continuar com esse ritmo e todos os dias postar cap novo por aqui.

É isso, tia ama voces <3

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Eu sempre julguei casais muito apaixonados, até estar no lugar deles.

Tenho que seguir com a minha vida após um pedido de namoro, como qualquer pessoa normal faria, mas, céus... Como eu queria voltar naquele momento e ficar lá para sempre, só sentindo aquele abraço indescritível e observando seus olhos maravilhosos.

Infelizmente, eu tenho que trabalhar. Juntei as minhas coisas e fui rápido para a loja.

Ultimamente está sendo difícil me motivar a trabalhar, principalmente pelo fatídico acontecimento da Diana ter assumido a loja. Contudo, me sinto motivada a fazer qualquer coisa depois do que aconteceu ontem.

— Mara! Que saudades eu estava de você... — Cheguei na loja e a abracei forte quando avistei.

— Opa, calma lá, mocinha! — Me afastou com os braços e me olhou desconfiada — Espera um pouco...

Me avaliou de cima a baixo algumas vezes e eu não fui capaz de desfazer o meu sorriso desde o momento que eu acordei.

— Alegria em excesso, jeito estranho e meloso demais, chegar adiantada no trabalho... — Listou com os dedos — Espera...Você pediu a Catra em namoro?!

É claro que ela iria adivinhar. É o que sempre faz quando alguma coisa acontece na minha vida, e não foi diferente quando eu tive o meu primeiro beijo com ela.

Minha mão direita, que antes estava atrás das costas, estendi em sua frente, deixando bem a mostra a aliança prateada que comprei.

— Ah, Adora! Você está brincando? Isso é demais! — Me abraçou e deu pulos de alegria — E ainda foi você que pediu... Eu estou impressionada!

— Você é tão idiota...

— E eu tenho mais uma notícia.

Ela olhou para os lados para confirmar que não havia ninguém e abaixou o tom de voz. Me aproximei mais curiosa ainda e esperei ela falar.

— Parece que a madame Rizzo voltou para repousar na casa dela, aqui atrás, mas a Diana não colabora...

— Eu não sei o que essa garota tem comigo — Falei no mesmo tom — Ela simplesmente não me suporta!

Mara rolou os olhos e concordou com a cabeça.

— Ela é péssima. Dá pra acreditar que ela é mesmo neta da Rizzo? Elas são tão diferentes em tudo!

— Mara, para de falar — Falei rapidamente em um único suspiro.

Nos viramos e forçamos um sorriso sem os dentes.

— Boa tarde — Falamos juntas

Como de costume, Diana não apresentou nenhuma educação mínima e básica.

— Os repositores chegam hoje, deixem tudo pronto — Falou sem olhar no nosso rosto, concentrada apenas em alguma coisa do tablet.

— Diana, se não se importa que eu pergunte... — Mara ousou.

— Fale

— A madame Rizzo está bem? Digo... Ela já voltou para casa?

Ela suspirou fundo como se estivesse se segurando para não nos xingar ou nos mandar embora e eu senti um arrepio na nuca, disfarçando e me afastando das duas involuntariamente, como um mecanismo de defesa.

— Isso não é da conta de vocês, mas ela está bem aos meus cuidados e de enfermeiras domiciliares. Não tentem ir visitá-la em horário de trabalho, só vou avisar uma vez.

Engoli seco e fingi que estava conferindo o caixa.

— Adora — Disse meu nome e eu senti meu coração parar por alguns segundos — Eu sei que você é bem espertinha, estou de olho em você.

Assenti com a cabeça e evitei contato visual. Essa mulher me dá arrepios, é louco pensar que ela tem apenas dezenove anos consegue transmitir um ar de superioridade e soberba.

[...]

O dia naquela loja parecia nunca acabar. Diana não foi capaz de estragar completamente o meu dia, mas ainda assim me deixou incomodada em alguns momentos.

— Adora, os repositores chegaram. Vou falar com eles e eu já volto.

Assenti com a cabeça e voltei a organizar as espaleiras.

Eu sempre gostei de trabalhar aqui, e ainda gosto. Apesar das inconveniências, ainda tenho boas motivações que me ajudam a continuar. Querendo ou não, eu consigo ajudar a Rizzo de alguma maneira enquanto funcionária, e eu também tenho a Mara.

— Adora...

O quê?

Cambaleei para trás devido ao susto, deixando cair alguns produtos no chão.

Ela estava lá. Não sei como não percebi a presença dela se aproximando, mas quando apareceu bem aqui, na minha frente, por uns instantes acreditei estar louca.

— Rizzo? Mas o que...

A mais velha se aproximou aos poucos, me fazendo, por reflexo, dar um passo para trás. Ainda com a minha relutância, a mulher se aproximou mais e colocou uma das suas mãos em meu rosto.

— Adora, eu sinto tanta falta...

— Falta do que, Rizzo?

Olhei em seus olhos, percebi como estavam gastos e grandes devido ao óculos com um grau considerável. Ela ainda estava sem tirar a sua mão da minha bochecha.

Apesar da minha grande curiosidade e ansiedade em ter respostas, aprendi com os meus erros e não vou pressioná-la.

— O que houve? — Coloquei minha mão por cima da dela e tentei acalmá-la

— Mas o que é que está acontecendo aqui?

Logo menos, outra presença passou despercebido por mim. Dessa vez, não foi um susto agradável.

— Diana, eu... — Comecei a tentar me explicar, já tendo em mente que ela me colocaria como culpada de alguma forma.

— Adora, não é de agora que eu ando de olho em você e eu não gosto nada dessa sua atitude

— Do que está falando?

Ela rolou os olhos e ignorou a minha pergunta. Pegou a Rizzo com cuidado pelos braços e a guiou até perto da porta.

— Ei, Diana. Se acalma, o que tá rolando? — Mara apareceu de repente, se aproximando de mim para enganchar no meu braço sem desviar um olhar desafiador para a Diana.

— Eu me lembro muito bem de ter deixado claro que não é para visitar a Rizzo, principalmente em horário de trabalho! — Aumentou seu tom de voz de maneira rude.

— Mas ela que veio aqui, Diana! — Defendi.

— Ah, sim, uma mulher com alzheimer veio sozinha! — falou alto, criando um silêncio mortal naquele lugar.

Diana, apesar do seu temperamento desprezível e coração quase imune de sentir algum remorso, ela pareceu se arrepender do que disse quase que de imediato. Ainda assim, não tirou a sua postura que exala a sombra de uma pessoa muito abusiva e ergueu ainda mais seus ombros.

— Essa foi a gota d'água, Adora. Não ouse aparecer aqui amanhã.

— O que está fazendo?! — Mara deu um passo a frente e interviu antes que eu pudesse falar qualquer coisa — Você não pode fazer isso, a Rizzo...

— A Rizzo não se lembra, e é melhor você abaixar essa sua bola — Falou — Ou quer ser despedida também? — Apontou para a porta de saída

Mara virou para mim e me olhou com uma frase estampada no rosto que dizia "desculpa, Adora, eu tentei".

Que se foda, Diana logo terá o que merece, e eu não vou precisar fazer nada.

Rivalidade Recíproca - CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora