15- She's so annoying

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Eu só queria saber o que eu tinha na cabeça quando eu aceitei fazer esse trabalho.

Com certeza eu estava mais racional. Depois daquela viagem, sinto que estou vivendo no modo automático.

Antes de apertar a campainha, tive uma pequena crise existencial onde me questionava se isso realmente vale a pena. A recuperação nem deve ser tão ruim, não é? Não há necessidade de fazer isso justo com ela...

Mesmo assim, após um longo suspiro e um tempo considerável encarando a porta, tomei coragem e apertei o botão.

O mais surpreendente é que ela levou exatos quatro segundos para abrir a porta (e sim, eu contei). Deu um sorriso largo e eu forcei para retribuir.

— Hey, Adora

Pedi licença e entrei.

Ja havia visto a casa da Catra antes, mas nunca cheguei a realmente entrar. Tenho a impressão que a sua mãe é bem perfeccionista. As decorações de vidro e porcelana são extremamente bem cuidadas e não há nenhum vestígio de sujeira.

Não é novidade que eu sempre tive medo da Wheaver. Nunca ouvi um comentário positivo sobre ela vindo dos nossos vizinhos — a não ser a mania de organização, se é que nesse ponto pode ser chamado de qualidade.

Catra me convidou a subir as escadas e chegamos no quarto dela.

Diferente da mãe, seu gosto passava longe de enfeites caros ou lustres champanhe. O quarto dela é preenchido por pôsters de bandas e discos de vinil. Ela parece zelar pela organização, apesar do estilo do quarto.

De forma atenciosa (mesmo a atitude vindo da Catra), os materiais para o trabalho já estavam todos arrumados em cima do tapete, o que me deu a liberdade de sentar na frente dela.

— Por onde a gente pode começar?

[...]

Após um tempo, a pergunta anterior teve sua resposta: não começamos.

— Aí sobrou pro DT conversar com a polícia, e eu nunca senti tanto medo em toda a minha vida — Colocou a mão na testa e contou entre risadas. Eu me atenciei a cada palavra que a mesma dizia.

— Ah sim... Nós já conversamos em uma festa.

— E é um saco, não? Mesmo assim DT é uma das minhas pessoas favoritas nesse cubículo de cidade — Disse em um sorriso.

— Imagino, até porque nós falamos muito sobre você

Na mesma hora, o rosto dela ficou vermelho e sua expressão falhava em disfarçar sua tensão. Deixei escapar uma risada ao ver a situação e fiz questão de tirar proveito.

— Inclusive eu ouvi coisas bem surpreendentes...

— Que tipo de coisa? — Perguntou

— Tem alguma ameaça? Essa sua preocupação me deixou curiosa... — Provoquei e ela deu de ombros.

— Não importa, afinal, não tem nada! Vamos só começar logo esse trabalho, estamos perdendo tempo...

[...]

Enquanto fazíamos a capa do trabalho, curtas conversas paralelas foram inevitáveis. Vez ou outra, o quarto ficava em silêncio, mas não durava muito.

— Adora, posso te fazer uma pergunta? — Disse sem tirar a concentração do pincel em suas mãos.

— No caso, serão duas — Ela riu.

Rivalidade Recíproca - CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora