Eu amo e odeio muitas coisas. Assim como eu amo a sensação de conforto ao sentir o sol na minha pele em dias frios, mas odeio quando abrem a janela do meu quarto para me acordar com o sol bem na minha cara.
É o que aconteceu agora. Eu amo a minha mãe, mas esse hábito dela é horrível! Bem, por um lado eu entendo, eu demoro uma eternidade para de fato acordar e acredito que ela encontrou uma maneira mais fácil de fazer isso. Mas o que não entra na minha cabeça é: Por que raios ela me acordou de manhã em pleno sábado?
— Vamos, Adora. Levanta logo!
Esfreguei os olhos e em seguida abri com um pouco de dificuldade, mas o suficiente para enxergar a mulher com seu pijama de cetim rosa e pantufas cinza.
— Essa hora, mãe? — Resmunguei
Ela olhou a janela novamente e balançou a cabeça.
— Olha, eu não estou entendendo nada, mas tem uma vizinha nossa querendo falar com você lá em baixo... Parece um pouco nervosa.
Eu estava sonolenta, então não dei muita importância. De modo automático, coloquei meu calçado e fui direto escovar os dentes, sem me importar em trocar de roupa por enquanto.
Desci as escadas devagar. A última coisa que devem esperar de mim quando me acordam a força em um final de semana pós aniversário é agilidade, bom humor e atenção. Sou o completo contrário.
Mas eu senti que acordei quando abri a porta.
— Catra?!
— Hey, Adora
Esfreguei os olhos e pisquei para confirmar que era ela mesmo. Mas, sim. Vi a mesma figura familiar daquela garota com sua jaqueta jeans tingida de vermelho e calça preta, sem faltar as suas botas únicas que só combina nela — Por mais que eu odeie assumir
O que é que ela quer?— Muito tarde para um feliz aniversário? — Perguntou — Poderia pelo menos tirar o pijama, não é? Eu sei que é sábado, mas acordar antes das dez faz bem de vez em quando...
— O que é que você quer, Catra? — Cortei
— Calma! Eu só... — Hesitou um pouco, esfregou uma mão na outra e respirou fundo. Atitude bem diferente para uma garota que eu costumo ver sempre tão confiante e certeira.
Pegou algo ao seu lado, que de início eu não consegui ver por ter uma parede tampando a minha vista, mas que logo me deixou em choque.
— Eu sei que seu aniversário já passou, mas eu não queria deixar passar em branco, não depois das coisas que eu descobri sobre você
É uma bicicleta rosa, claramente muito cara. Dá para notar que é nova pelas rodas intactas, e obviamente, sem a presença de rodinhas.
Senti meu estômago embrulhar por diversos motivos, mas principalmente pela supresa.
Será que toda aquela conversa na detenção foi o suficiente para mexer com o psicológico quase que intocável da Catra? Não consigo acreditar que sim. Há tantos anos que estou acostumada com aquela Catra irritante e insuportável de sempre, que vê-la assim agora, tão gentil, me traz uma sensação estranha. Parece que aquela garota irreversível, enfim, tem um lado gentil a ser explorado.
— Catra, eu... — Parei, não tinha certeza do que falar, foi muita emoção para uma manhã de um sábado, então a palavra que me restou foi um — Obrigada
— Eai, topa dar uma volta para experimentar?
Dei um sorriso de canto.
— O que é que você tá querendo? Eu nunca te vi desse jeito...
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Rivalidade Recíproca - Catradora
Fiksi Penggemar"A Catra... Essa garota não me deixa em paz! Eu odeio ela!" O ensino médio é a época em que as responsabilidades surgem rigorosamente. Há a sensação de incerteza sobre o que fazer do seu futuro, e é claro que não foi diferente para Adora. Além de l...