3. Quase lá...

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*CUIDADO, CENAS DE VIOLÊNCIA E ABUSO!*

Eliz se recuperou e levou as suas duas meninas a seus devidos quartos. Ambas tomaram um novo banho, uma xícara de leite quente e um beijinho de boa noite, juntos a seus remédios, as fizeram dormir. Ana ajudava sempre, como eram dois quartos diferentes, Eliz tinha que dobrar sua atenção no ir e vir de cada cômodo. Assim que terminou e notou que ambas estavam bem, foi até Helena.

A menina, ainda presa à jaula, levantou o olhar assim que sua dona se aproximou. Eliz abriu a cela e a soltou, a mesma foi para o seu colo chorando.

— Não gosto de te castigar, querida. Mas às vezes merece, foi péssima!

Ainda continuava com a mordaça em sua boca, tinha um ar angelical que Eliz adorava, não mais q feição de desafio. A levou para o quarto em seu colo, e pôs na cama.

— Vou tirar a mordaça para beber água e tomar seu remédio, depois voltará a usá-la.

A menina assentiu com a cabeça, não gostou nada, mas não queria piorar a situação. Assim, Eliz tirou, libertando a boca da menina.

— De-desculpa, senhora... por tudo que fiz.

— Quando terminar suas punições, repenso se merece ser desculpada. Até lá, aja corretamente.

— Eu vou, senhora.

— Muito bem.

Ana havia deixado o comprimido para a menina ao lado de sua cama. A mulher entregou a Helena junto a um copo com água.

— Beba tudo.

Obedeceu. Eliz observava as caretas da menina a cada movimento, mas por puro drama, nas próximas surras que irá receber, a mais velha tem certeza de que precisará amarrá-la para não fugir, a dor não será nada prazerosa.

— Pronto, senhora... e o leite?

— Acha que merece?

Abaixou a cabeça.

— Não, senhora...

— Exato. Irei marcar a visita de um médico, não sei se estarei aqui no momento, mas, de qualquer modo, espero que se comporte. Uma única reclamação e eu corto toda e qualquer regalia que tem, saiba que demorará para recuperá-las.

A menina respirou fundo, contendo o choro que insistia em se fazer presente. Estar alí há tempo suficiente para saber que Eliz não blefa, e mesmo que para os de fora as suas regalias sejam como quase nada, para ela, é tudo, perder não pode ser uma opção.

— Irei me comportar, senhora.

— Assim espero.

Terminou de beber sua água e entregou o copo a Eliz, assim, se deitou, se cobriu e mentalmente desejou boa noite a si mesma. Podia até odiar a mulher ali no quarto na maior parte do tempo, mas os seus cuidados são importantes, é notável quando a mesma se afasta.

— Não está esquecendo de algo?

A menina olhou para a mordaça em sua mão. Se sentou na cama e abriu a boca, mais uma vez a mordaça foi presa em seu rosto.

— Não tem permissão para tirá-la. Se quiser, pode sair daqui nos horários certos, mas ainda com ela.

Assentiu. Não vai pôr os pés para fora dali com aquilo no rosto, Eliz sabia.

— Deite e durma, já teve tempo para pensar no que fez, agora se perdoe e volte a se comportar. Com o tempo, terá o resto de suas punições.

Deu as costas à menina e saiu de lá. Já estava tarde demais, odiava não ter tempo suficiente para descansar.

Todos os olhos em mim | DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora