9. Lá vamos...

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*CUIDADO, CENAS DE VIOLÊNCIA E ABUSO!*

Os remédios haviam sido entregues a cada uma, Helena agora era a única que tomava comprimidos diferentes. Margarida mal olhava nos olhos de Eliz, a mulher achava graça, mas não dizia nada. A menina, assim que se viu livre, saiu do lugar rapidamente.

Eliz seguiu para o quarto de Emma. Entrando lá, encontrou a mesma encarando um parágrafo de cinco linhas.

- Não estou vendo a senhorita escrever.

Queria conseguir dizer que a mulher era nojenta por querer vê-la desesperada com seu toque. Que não a amava, só o seu corpo, só o que poderia fazer com o dela, só o prazer, que a mesma não sentia.

- E-eu desisto, senhora! Vai me bater e me pôr de castigo? Eu aceito...

Se virou para mulher.

- Se entregando por medo?

Respirou fundo.

- E-eu não quero ficar aqui, a senhora quer que eu fique... então eu vou ficar, não é? E mesmo que-que eu não goste do que faz, mesmo que eu odeie... a-a senhora fará.

As lágrimas já desciam.

- Venha cá.

Eliz abriu os braços para a garota, mas a mesma apenas se virou para frente chorando, secava suas lágrimas enquanto caiam, não as controlavam.

Segundo a experiência de Eliz, Emma iria surtar agora. No pouco tempo que passou aqui dentro, ainda não havia se rebelado de algum jeito. Sempre fora educada e tentava resolver tudo na base do diálogo, mesmo às vezes falhando e só chorando.

- Eu disse para vir até aqui, menina.

Não respondeu nada.

- Emma.

Se levantou cabisbaixa e foi até a mulher.

- Sim, senhora?

- O que mandei fazer mais cedo?

Com Emma em sua frente, levantou a sua cabeça com os seus dedos.

- Escrever dois textos...

- Fez?

- Sim, senhora... mas não terminei...

- Fez certo?

- Não... senhora, eu não... não quero escrever sobre isso, não quero escrever essas coisas ruins...

- Volte a sua escrivaninha.

Disse firmemente, a menina obedeceu e Eliz a acompanhou. Lá, olhou o que a menina havia escrito, basicamente só o que disse mais cedo, então o rasgou.

- Não! Senhora...

Jogou no lixo.

- Pegue uma nova folha.

Contrariada, pegou.

- Escreva, na primeira linha, "o porquê de que minha senhora gosta de me tocar".

Emma hesitou, mas em seguida, estava escrevendo o que mandou, tinha as mãos trêmulas.

- Pule uma linha e escreva: "As minhas características são únicas aqui dentro, eu sou como uma peça única de uma coleção rara. Devo ser usada como minha dona quiser, mas caso eu me recuse, terá um fim drástico e terrivelmente doloroso".

Engoliu seco escrevendo aquilo.

- Salte outra linha, "Assim que me conheceu, se encantou comigo, logo mais pelo que eu sabia fazer. Fez de tudo para me ter e conseguiu, agora sou dela o tempo que ela quiser".

Todos os olhos em mim | DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora