7. Coragem

166 21 11
                                    

*CUIDADO, CENAS DE VIOLÊNCIA E ABUSO!*

Foram para o cômodo onde o casal estava, abriram a porta e logo franziram os seus rostos com o terrível cheiro. A parte da privação de higiene pessoal, era horrível, uma das piores.

— Minha nossa!

— Precisam de um banho...

Olharam para eles com nojo.

— Vocês nos deixaram assim, não venham entortar o nariz com nojinho agora.

Charlotte disse sem papas na língua, como se não tivesse medo, como se não tivesse passado a noite inteira chorando.

— Bem disse que ela fala demais.

Eliz falou olhando para menina.

— Sempre podemos arrancar a língua de uma assim, querida.

Charlotte revirou os olhos, o Pedro permanecia quieto.

— Imagino que queiram sair logo daqui, certo?

— Claro que sim, não acha que estou adorando ficar nua, suja, com fome e fazendo as minhas necessidades em um balde, né?

A falta de medo que tinham no começo de tudo chegava a ser engraçado, bom, o fingimento.

— É pouco o que tem, não é? Mas saibam que ainda podem perder, sempre dá para piorar... não viu nada.

James falou indo até o Pedro.

— Menina, não acha que é mal-educada demais para alguém na sua situação? Hoje talvez o garoto coma, você não.

Eliz não se aproximou muito, mas já sentia raiva suficiente para acabar com a garota.

— É bom que morro logo, isso aqui é o próprio inferno, Elizabeth.

A menina morria de medo, mas nunca mostrará isso a ela, não por livre e espontânea vontade.

— Não viu nada, mocinha.

— Quer sair daqui, Pedro?

James perguntou e todos olharam para ele.

— Si-sim, eu quero.

— Isso que devia ter falado, Charlotte.

Mais uma vez revirou os olhos fazendo chacota.

— Se quiserem sair, terão que começar a nos obedecer, e vão começar isso nos respeitando.

— Escutaram o meu marido, a partir de agora, eu tomo conta da Charlotte e o James, do Pedro.

— Não farei parte disso!

Eliz sorriu com o grito de Charlotte.

— Veremos até onde vai, eu não terei pena, garota.

Já cerrava os punhos, poucas coisas a irritava tanto quanto malcriações.

— Como isso funciona? Como saio daqui?

O menino perguntou, James se abaixou ao seu lado.

— Simples, para início, me chame de "senhor", garoto, eu tenho o poder de tudo aqui. Obedeça a cada comando e te levarei lá para baixo. Lá, terá um contrato com tudo que irá acontecer e o que deve fazer.

— O que é lá embaixo?

Tinha em mente liberdade, não outra prisão.

— Um lugar que eu particularmente adoro, onde será meu, junto a muitos outros. Terá um quarto, comida, direito à higiene e muitas outras coisas que pode conquistar colaborando.

Todos os olhos em mim | DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora