12. Mais uma vez

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*CUIDADO, CENAS DE VIOLÊNCIA E ABUSO!*

Margarida, pela primeira vez, encarava o corpo de Helena machucado. Eliz explicava para ela o que era um castigo ali embaixo, o que devia e não devia fazer:

— Como sua mãe, deve ter pulso firme, sempre! Eu a castiguei, então deve seguir as regras desse castigo.

— Sim, senhora...

Ainda estava um pouco abismada.

— Se não seguir, também será punida.

Tem tanto medo de ser castigadas como as meninas são. Helena estava em pé, de cabeça baixa, havia chorado a noite inteira e Eliz já havia lhe obrigado a mostrar cada machucado de seu corpo. A coitada, mal conseguia ficar em pé pelas fortes dores que insistiam em não sumir.

— Helena já está ciente do que deve fazer, caso ela descumpra algo, deve e vai me avisar.

— Sim, senhora.

— O castigo será aplicado às 19:00h em ponto, todas devem estar lá. Helena irá sozinha e não quero ninguém falando com ela, terá tratamento de silêncio.

— Sim, senhora...

Olhou no relógio do quarto da menina.

— Faltam cinco minutos para essa daí não se atrasar de vez para o café.

Helena permaneceu parada em pé.

— Mas ela é quem sabe, um castigo sempre pode piorar.

A menina não queria ir comer naquela situação, mas também não queria piorar tudo, então, sem olhar para as duas ali no quarto, saiu.

— Senhora, o que devo fazer se ela atrasar para alguma refeição?

Margarida perguntou, não sabe se consegue ser tão firme.

— O prato será servido, se se atrasar, o tire da mesa e vá embora.

— Certo...

— Me acompanhe.

Foram para a masmorra. Assim que entrou, Margarida olhava impressionada para cada canto do cômodo, nunca havia visto nada parecido... um sentimento ruim pairou sobre ela.

— Ontem, como eu estava com muita dor de cabeça, não pude ensinar o que devia fazer, mas saiba que sempre que eu terminar uma sessão, seja de castigo ou não, deve limpar e arrumar tudo.

Ontem, depois de Charlotte, voltou para cama e passou o resto do dia lá, chorosa e triste. Se permitiu sofrer, sempre é assim.

— Certo, senhora.

— Comece, precisa se familiarizar com ele.

Olhou ao seu redor novamente, se sentia constrangida de estar alí, as gaiolas, correntes, contenções de todas as formas... tudo alí exposto.

— O que devo fazer?

Perguntou à mulher, sentada na cama, mexia nas mãos, nervosa.

— Tem uma vara no chão, a pegue e a limpe, está suja de sangue.

Olhou para o chão e a pegou, o sangue estava seco.

— Vamos, menina, não tenho o dia inteiro!

Pegou suas coisas de limpeza e, com álcool, a limpou, arrumou o quarto que não estava tão bagunçado. Trocou o lençol da cama e limpou a cruz que foi usada. Eliz a ensinou onde ficava cada brinquedo seu e a importância dela decorar o lugar de cada um.

— Não é difícil, apenas tenha atenção, não quero que nada aqui suma ou mude de local.

— Sim, senhora.

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