4. Quem diria

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*CUIDADO, CENAS DE VIOLÊNCIA E ABUSO!*

Descendo as escadas, Eliz respirou fundo, colocou um sorriso no rosto e adentrou a sala.

— Oi, querida!

A menina, sentada no sofá, se levantou com outro sorriso no rosto. Vestia uma saia e camiseta de botões, nos pés, sapatinhos com meias e novamente, uma boina, agora xadrez.

— Oi, dona Elizabeth!

Se cumprimentaram.

— Tudo bem?

— Sim, tudo perfeitamente bem. Obrigada pela oportunidade de estar aqui, e inclusive, a sua casa é magnífica!

Estava empolgada, Eliz via, qualquer um podia notar.

— Não tem de quê, e obrigada pelo elogio. Também adoro essa casa, os meus pais tinham um bom gosto, não mexi muito no que deixaram.

Olhava para cada cantinho do lugar.

— Vamos para um cômodo mais reservado, não quero que ninguém nos interrompa.

— Claro...

A acompanhou até uma sala perto da porta onde dava entrada para o lugar preferido da mulher. Um imenso sofá branco e duas poltronas da mesma cor chamavam a atenção pelos detalhes dourados. O tapete em frente à grande lareira deixava o clima mais aconchegante. A sala não tinha muita decoração, a não ser os grandes quadros nas paredes pintados por antigas presas.

— Sente-se, querida.

Charlotte se sentou no sofá, cruzando as pernas por estar de saia, ainda um pouco tímida e nervosa pelo que vinha pela frente. Tinha com ela uma bolsa, um caderno e um gravador.

— Irei pedir um chá para mim, aceita?

Eliz perguntou, ainda em pé.

— Sim, obrigada.

Ana já a esperava ao lado de fora do lugar, foi até ela.

— Todas as portas estão trancadas?

— Sim, senhora, todas.

— Ótimo, mande os seguranças entrarem e assumirem seus postos, traga chás para nós duas, mas no dela não exagere no sonífero, não quero que a apague, só a deixe lenta.

— Sim, senhora.

Voltou a sala.

— Pronta, Charlotte?

Colocou novamente o seu grande sorriso no rosto.

— Sim, estou.

Eliz se sentou ao seu lado.

— Preparei algumas perguntas, Dona Eliz, se não quiser ou não gostar de alguma, eu vou entender.

— Certo... Irá gravar?

— Si-sim, algum problema?

Franziu o rosto.

— Não, só que ainda não o ligou.

— Oh, sim... é claro, desculpa.

"Realmente muito nervosa", Eliz pensou. O ligou e pôs na mesa de centro.

— Bom... hoje, eu irei entrevistar Elizabeth Winter, também conhecida pelos mais íntimos, por Eliz.

A mulher sorria para a menina.

— Como é para a senhora ser uma estrela em ascensão e nunca ter parado de trabalhar? Sempre tem brilhantes ideias.

— Obrigada, é um prazer estar aqui com você, Charlotte. Bom, eu adoro o meu trabalho, vivo dele e para ele, não me canso de trabalhar. E acho que o sucesso, é fruto do meu esforço, me sinto extremamente orgulhosa de tudo que criei.

Todos os olhos em mim | DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora