Love I've Been Jealous Of

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Parecia um momento que mudaria sua vida, mas Pin apenas a convidara para tomar champanhe, garantiu Anil a si mesma. Kasidit a observava atenta, esperando sua resposta.

Ninguém jamais a convidara para tomar champanhe numa praia ao luar, ninguém jamais a beijara como Pin, ou despertara a paixão que agora sabia ser parte inerente dela. Depois de uma vida de dever e protocolo, Pin Kasidit era como uma brisa de ar fresco.

Era morena, sexy e perigosa, mas a fazia se sentir ousada e o calor nos olhos da outra a fez se sentir desejável pela primeira vez.

Obrigou-se a encontrar os olhos dela, como se fosse se jogar de um precipício.

— Adoro champanhe.

Pin não respondeu. Durante alguns segundos de agonia, achou que mudara de ideia e a mandaria embora. Mas relaxou e seu sorriso lento a fez perder o fôlego.

— Então venha.

Disse estendendo a mão. Os dedos de Pin se fecharam em torno dos dela e até mesmo aquele pequeno gesto foi maravilhosamente novo.

Tinha 26 anos e jamais caminhara na praia de mãos dadas com uma amante. Pin não sabia que era uma princesa, pensava que fosse uma garçonete chamada Laphat e, por algumas horas, poderia ser apenas uma mulher que conhecera alguém, uma pessoa livre para aceitar a química entre elas.

A caverna estava iluminada pela lanterna que Pin deixara, a luz suave destacava a beleza do rosto dela e Anil sentiu um aperto no peito quando focalizou a curva sensual de sua boca. Permaneceu em pé, insegura, enquanto se sentava na areia seca e dava batidinhas ao lado.

Ela entendeu o convite, sentou e Pin lhe estendeu a garrafa.

— Tome um pouco, você está tremendo de novo. E pena não ser conhaque, mas acho que precisará se contentar com este Bollinger.

Esticou-se na areia e o corpo magro e rijo se espalhou tentadoramente diante dela. A camisa de seda estava aberta no pescoço, expondo o corpo bronzeado e uma parte do busto. Era tão atraente, tão extraordinariamente bela, pensou Anil, abalada, enquanto se ajoelhava na areia e pegava a garrafa.

― Não parece certo tomar champanhe da garrafa, é muito... decadente.
— Decadente?

A risada de Pin ecoou pela caverna.

— Que curiosa mistura de contradições você é, Laphat. Parece tão pudica como uma governanta vitoriana, no entanto, nadou nua, ao luar. Preciso também citar que você está nua debaixo do meu paletó?

Não se lembrava da última vez que vira uma mulher ficar ruborizada, pensou Pin. As mulheres sexualmente confiantes com quem convivia eram jogadoras sofisticadas, há muito distantes dos primeiros rubores de inocência virginal.

O pensamento lhe fez franzir a testa enquanto observava Anil tomar um gole de champanhe.

Ela parecia uma mistura bem curiosa: tímida num momento, ansiosamente reativa no outro. Quando a beijara, tivera a impressão de que era uma experiência nova, mas depois da hesitação inicial abrira os lábios sob os dela e a beijara de volta, com tanta paixão que descartara essa ideia.

Nem precisava lembrar que não estava usando nada, reconheceu Pin quando ela lhe entregou a garrafa e Pin tomou um grande gole.

O paletó era grande demais e os botões ficavam tão baixos que podia ver os contornos arredondados dos seios.

Já estava arrependida do impulso louco de a convidar a ficar.

Jamais tomava decisões apressadas mas, por algum motivo, Laphat perturbava seu cérebro frio, lógico... além de outras partes do corpo.

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