That Part

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— Se está entediada, podemos ir embora e voltarei outra vez.
— Não estou nem um pouco entediada, ágape. Seu conhecimento sobre o assunto é impressionante e você o faz parecer mais fascinante do que qualquer manual.

Ficou surpreendida ao ver que estava realmente dizendo a verdade.

Gostava de conversar com Anil e ouvir sobre seu trabalho como pesquisadora do Museu de História de Aristo.

Tinha uma inteligência aguda e paixão total pelo trabalho. Raramente tinha conversas interessantes com mulheres, admitiu Pin.

Suas ex-amantes eram invariavelmente modelos ou socialites que gostavam de falar sobre si mesmas ou sobre os últimos rumores nos tablóides e ela deixava que falassem, dando
respostas adequadas durante os jantares obrigatórios antes de levá-las para a cama. Com Anil não podia atender às fortes necessidades do corpo e levá-la para a cama.

Não compreendia por que Anil se mantinha afastada, sabia que a queria e dormira tão pouco quanto ela nas últimas noites. Mas não a tomaria como um adolescente à mercê de seus hormônios. Estava decidida a esperar até ela resolver as questões que evidentemente a aborreciam assim, não tinha escolha a não ser conversar com ela e, para seu espanto, descobriu que gostava dela como pessoa e valorizava sua amizade.

— Na verdade, há alguma peça no próximo salão que quero lhe mostrar. Esta pequena estatueta foi esculpida por volta de 540 a.C. e foi encontrada há vinte anos em Aristo, em Varna, uma pequena aldeia de pescadores. Lembro-me que você disse que a família de sua mãe era de lá e pensei que se interessaria em ver um pouco de sua herança cultural.
― Minha herança cultural? Não conheci minha família de Varna. Meus avós cortaram todos os contatos com minha mãe quando ela ficou grávida de mim e suponho que eles jamais souberam da minha existência.
― Mesmo assim, você tem raízes em Aristo. Estive pensando que seria bom traçar sua árvore genealógica. Um dia nosso filho pode querer saber sobre o lado paterno da família.
― Não conseguirá descobrir quem foi meu pai, minha mãe levou a identidade dele para o túmulo.
— Isto deve ser estranho. Imagino que sente como se parte de você estivesse faltando. Mas acho que é mais um motivo para pesquisar o lado de sua mãe para que possa contar a nosso filho uma história, a mais completa possível.

Ela se afastou para olhar a peça seguinte, deixando Pin olhando-a.

Era quase perceptiva demais, pensou. Não saber a identidade do pai sempre lhe assombrara e Anil tocara um nervo exposto quando adivinhara que sentia como se parte dela estivesse faltando.

Seu filho talvez a completasse, mas ficou enervada com a compreensão de que Anil provavelmente adivinhava o quanto aquele bebê significava para ela.

Os paparazzi estavam esperando quando saíram do museu, um grupo de quatro ou cinco montados como caronas em motocicletas e que começaram a tirar fotos apesar das reclamações de Pin.

— Alguém deve ter reconhecido o carro e os chamado.

Rosnou Stavros depois de abrir a porta para entrarem e então correr para o lugar do motorista e se afastar da calçada com toda a rapidez.

— Então é hora de trocar de carro.

Disse Pin irritada enquanto olhava pela janela traseira para os fotógrafos que as seguiam de perto.

Estava acostumada com a atenção da imprensa, mas seu casamento com uma
princesa fora notícia em todo o mundo.

— Tente se livrar deles, Stavros.
— Não vamos voltar para o apartamento?
— Acho que não vai gostar de para onde estamos indo agora, mas temos que cuidar do seu guarda-roupa, ágape, e vamos fazer compras.

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