128 d.C
Os dias haviam se tornado mais tranquilos desde que Alyssane "dera herdeiros a Aegon." A tensão que antes pairava sobre seus ombros parecia se dissipar lentamente, como a neblina que se rende ao calor do sol. Alicent, agora, parecia menos vigilante, permitindo que sua filha respirasse com mais liberdade, talvez satisfeita pelo dever cumprido de assegurar o futuro da Casa Targaryen. Os gêmeos eram o símbolo vivo dessa paz temporária, pequenos e indefesos, ainda alheios às teias de intriga que os cercavam.
Aegon, apesar de gostar da ideia de ser pai, tratava os filhos como curiosidades — achava-os bonitinhos, mas sua paciência era curta, tão volátil quanto seu gosto por vinho e bordéis. Ele se encantava com os rostos sorridentes e os primeiros balbucios, mas o encantamento era breve. Em pouco tempo, seus olhos vagueavam, e ele deixava os cuidados para as amas de leite e para Alyssane. Não era homem de se apegar ao papel de pai, e tampouco se esforçava em tentar.
Aemond, por outro lado, observava de longe, como um predador à espreita. Embora não pudesse reclamar para si o título de pai, ele era, na sombra, o verdadeiro guardião dos gêmeos.
Cada passo, cada sorriso, cada som que os bebês faziam estava gravado em sua mente. Ele cuidava de suas necessidades em silêncio, assegurando que nada lhes faltasse, sem nunca deixar que suas intenções se tornassem óbvias.
Seus encontros com Alyssane, uma vez perigosamente frequentes, haviam se tornado mais raros, escondidos sob o véu da prudência. A necessidade de manter as aparências agora era mais importante do que nunca.
Mas essa distância, por mais segura que fosse, não lhe trazia paz. O que ardia em seu peito não era apenas o amor por Alyssane, mas a dor de ver seus próprios filhos serem chamados de herdeiros de outro homem — um homem que sequer se dava ao trabalho de conhecê-los verdadeiramente.
Daella era um verdadeiro prodígio, uma chama viva desde o primeiro suspiro. Seus olhos cintilavam com uma curiosidade insaciável, e logo sua língua desatou a formar palavras com uma facilidade que surpreendia todos ao redor.
Comunicativa e cheia de vida, ela caminhou muito antes do irmão, explorando o mundo com passos vacilantes, mas decididos. Cada sorriso dela parecia iluminar o ambiente, e seu riso ecoava pelos corredores da Fortaleza Vermelha, como o canto de um passarinho que acabara de descobrir a voz.
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TEARS AND FIRE ─── Aemond Targaryen
FanfictionO que começou como uma inocente afeição entre os gêmeos Targaryen, Aemond e Alyssane, logo se transformou em um amor proibido. O que antes era um segredo sussurrado em corredores sombrios, tornou-se um pecado ardente. No futuro, não restariam mais q...