O que começou como uma inocente afeição entre os gêmeos Targaryen, Aemond e Alyssane, logo se transformou em um amor proibido. O que antes era um segredo sussurrado em corredores sombrios, tornou-se um pecado ardente. No futuro, não restariam mais q...
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Alyssane entrou na carruagem em silêncio, sentando-se ao lado de sua mãe, Alicent, e de Aegon. O som abafado da multidão ecoava do lado de fora, os gritos e empurrões crescendo conforme eram conduzidos à arena ao lado do Dragonpit, onde a coroação pública de Aegon aconteceria. A pressão daquele momento era sufocante, quase como o peso das coroas que em breve seriam colocadas em suas cabeças.
Alyssane e Aegon, lado a lado, pareciam duas crianças repreendidas, o rosto deles refletindo um misto de resignação e inquietação. A carruagem balançava suavemente nas pedras da rua, mas dentro dela, o ambiente estava carregado de tensão.
Alyssane sentia o familiar enjoo que vinha com a gravidez, um desconforto que só se tornava mais intenso diante dos eventos que se desenrolavam. Sua mente ainda estava perturbada com o que havia visto na Baixada das Pulgas, o comércio de crianças, o horror do submundo de Porto Real que ela jamais imaginara ser tão sombrio. Além disso, a sensação de conspiração a envenenava, a amargura de estar prestes a usurpar o trono de Rhaenyra, a quem seu pai prometera o direito ao Trono de Ferro.
Aegon, por sua vez, parecia afundado em tristeza. Seu olhar estava distante, perdido em pensamentos. Ele estava prestes a abrir mão de sua liberdade, a abdicar da vida despreocupada que sempre levara, tudo pelo desejo implacável de Alicent e Otto, que o haviam moldado para se tornar rei. Ele não queria essa coroa, não queria o peso que ela traria, mas agora, como um prisioneiro de seu próprio destino, não via outra escolha.
— Vai ficar tudo bem — disse Alicent, sua voz calma, mas seus olhos traíam a ansiedade.
Alyssane não respondeu, apenas olhou para fora da janela da carruagem, vendo o mar de pessoas que se aglomerava pelas ruas. Tudo parecia tão fora de controle, como se o destino deles já estivesse traçado, e não havia como escapar. O desejo de fazer algo diferente, de interromper tudo, borbulhava dentro dela, mas era tarde demais.
Aegon quebrou o silêncio na carruagem com uma pergunta baixa, quase inaudível, mas que pesou no ar como um trovão abafado:
