𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟔

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CLARA BEATRIZ
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Acordei com o som suave da minha música favorita, que configurei como despertador na tentativa de tornar as manhãs mais agradáveis. Estiquei o corpo na cama, sentindo os músculos tensos relaxarem após a agitação dos últimos dias. Mas hoje seria diferente. Hoje não era dia de trabalho.

A ideia de um almoço tranquilo com Vitória parecia perfeita. Me levantei lentamente e fui até o armário, pensando no que vestir. Queria algo confortável, mas, ao mesmo tempo, me sentia com vontade de caprichar um pouco mais.

Escolhi um vestido curto, na altura dos joelhos, que abraçava minhas curvas de uma forma elegante, sem exageros. O tecido leve e fluido tinha uma cor suave, que realçava minha pele. Olhei no espelho e, por um segundo, hesitei. A lembrança do último encontro tenso com Richard passou pela minha mente. Balancei a cabeça, afastando o pensamento. Hoje era meu dia de folga, e eu me recusava a deixar qualquer coisa estragar isso.

— Vai ficar se admirando no espelho ou a gente vai almoçar? — a voz de Vitória ecoou pela porta entreaberta do quarto, me arrancando dos meus devaneios.

— Tô indo! — respondi, pegando minha bolsa e dando uma última ajeitada no cabelo.

Quando saí do quarto, Vitória me olhou de cima a baixo, com um sorriso brincalhão.

— Uau, amiga. Tá arrasando hoje! Esse vestido... vai causar, hein? — disse ela, piscando para mim.

Ri, um pouco envergonhada, mas aceitei o elogio.

— Ah, para. É só um vestido simples.

— Simples, mas matador. Vem, vamos. Já tô com fome! — Ela pegou a bolsa e me puxou pela mão até a porta.

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No caminho até o restaurante, conversamos sobre coisas triviais, tentando deixar qualquer estresse para trás. Vitória dirigia enquanto eu olhava pela janela, deixando a paisagem da cidade de São Paulo passar como um borrão ao meu redor.

Quando chegamos ao restaurante, o ambiente era agradável, com mesas externas e um clima descontraído. Perfeito para o que eu precisava.

— Aqui tá ótimo! — comentei, olhando ao redor enquanto entrávamos.

No entanto, assim que cruzamos a porta de vidro, meus olhos foram atraídos para algo — ou melhor, alguém — que fez meu estômago revirar. Sentados em uma mesa próxima à janela estavam Richard e Endrick, rindo de algo que parecia uma piada interna. Meu corpo travou por um segundo.

O que eles estão fazendo aqui?

Antes que eu pudesse reagir, senti os olhos de Richard me alcançarem, e era impossível não notar a maneira como ele me olhava, de cima a baixo. Seu olhar parou no meu vestido por um segundo mais longo do que deveria, antes de voltar para meus olhos. Meu coração acelerou involuntariamente.

Tentei me recompor e desviei o olhar, fingindo que não tinha visto nenhum dos dois. Mas, claro, eu sentia o peso do olhar de Richard como uma presença palpável em cada passo que eu dava.

— Clara? — A voz familiar de Endrick me tirou do meu esforço patético de fingir indiferença.

Droga.

Vitória, percebendo a situação, me olhou com curiosidade.

— Amiga, é o Endrick e o Richard estão aqui? — ela perguntou, inclinando-se para o lado para ver melhor.

Eu respirei fundo, tentando manter a calma.

— É, sim. Mas vamos só seguir em frente, fingir que não vimos nada. Não quero outro episódio estranho.

𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐉𝐎𝐆𝐎 𝐄 𝐑𝐄𝐃𝐄𝐒 - Richard RiosOnde histórias criam vida. Descubra agora