𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟖

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CLARA BEATRIZ
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Quando Bruno finalmente se despediu, a tela do celular escureceu, e um silêncio confortável tomou conta do quarto. Richard ainda estava sorrindo, mas havia um brilho diferente em seu olhar, como se ele estivesse refletindo sobre o que acabara de acontecer.

— Ele tá tão animado — comentei, me sentindo um pouco mais leve. — A energia dele é contagiante.

Richard concordou, afastando um pouco o cabelo da testa.

— É bom ver que ele ainda tem esse espírito. Faz tempo que não falo com ele.

Senti uma onda de nostalgia ao ouvir isso.

— É... parece que a conexão de vocês nunca realmente se quebrou, né?

Richard olhou para mim, um sorriso suave nos lábios.

— Não, nunca quebrou. Eu sempre considerei o Bruno como um irmão mais novo.

— E ele te vê como um ídolo — disse, tentando absorver o que tinha acabado de ver. — É bonito ver essa admiração dele.

Richard encolheu os ombros, mas seus olhos brilhavam.

— Eu só faço o meu trabalho, Clara. Mas é legal saber que ele me olha assim. Isso me motiva.

Enquanto falávamos, uma tensão sutil pairava no ar. O jeito como ele me olhava, a forma como sua presença parecia ocupar todo o espaço do quarto, deixava meu coração acelerado.

— Sabe... — comecei, hesitante. — Eu sempre achei que vocês dois tinham uma conexão especial. Lembro de como ele falava de você quando éramos mais novos.

Richard inclinou-se um pouco mais para perto, seus olhos fixos nos meus.

— É verdade. Ele era muito pequeno, mas sempre me surpreendeu com a paixão que tinha pelo futebol. É inspirador.

Um silêncio confortável se instalou entre nós. Olhei para o chão por um momento, tentando processar a intensidade daquele momento. Quando voltei a olhar para Richard, ele ainda me observava com aquela intensidade que fazia meu coração disparar.

— O que você achou de ver ele tão empolgado? — ele perguntou, quebrando o silêncio.

— Fiquei feliz. É bom saber que, apesar de tudo, ele ainda é aquele garoto cheio de sonhos. — Senti um sorriso escapar dos meus lábios. — E ele ainda quer te seguir como ídolo.

Richard riu, um som que parecia familiar e reconfortante.

— Isso é um peso e tanto. Espero que eu consiga ser uma boa influência pra ele.

— Você já é, Richard. — Afirmei. — Ele olha pra você com admiração genuína.

Richard parecia surpreso com meu comentário.

— Isso significa muito pra mim, de verdade.

Havia algo a mais naquela conversa, uma eletricidade que não conseguia ignorar. Eu podia sentir meu corpo reagindo à proximidade dele. Era como se tudo ao nosso redor tivesse desaparecido.

— Sabe... — comecei, hesitando novamente. — Ver você e o Bruno conversando me fez lembrar de como éramos antes de tudo.

Ele segurou meu olhar, e um peso silencioso pareceu se instalar entre nós.

— Eu também sinto falta disso, Clara. Da nossa amizade, das nossas conversas.

— A vida mudou muito, e a gente se afastou... Mas estar aqui agora, ver você assim, me faz querer reconstruir isso.

𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐉𝐎𝐆𝐎 𝐄 𝐑𝐄𝐃𝐄𝐒 - Richard RiosOnde histórias criam vida. Descubra agora