𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟏

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CLARA BEATRIZ
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Depois de almoçarmos, a volta para o hotel foi mais tranquila. A conversa fluía naturalmente, e mesmo que houvesse provocações ocasionais entre os jogadores, o clima estava leve. Piquerez, como sempre, era o centro das piadas, enquanto Endrick e Veiga complementavam com suas brincadeiras.

Ao chegarmos ao hotel, começamos a nos dispersar para os quartos. Eu estava prestes a pegar minhas coisas sozinha quando percebi que Richard, silenciosamente, já estava ao meu lado, pegando minha bolsa. Ele me lançou um olhar rápido, como se dissesse que não precisava agradecer.

— Deixa que eu levo — ele disse casualmente.

— Ah, valeu — respondi, surpresa, observando-o enquanto ele segurava a alça da bolsa com uma facilidade que contrastava com o desconforto que claramente sentia em estar tão próximo de mim.

Enquanto subíamos para o quarto, nossos ombros se tocaram levemente. Um arrepio percorreu minha espinha, e eu vi que ele também notou o contato. Mas, como sempre, ele disfarçou, mantendo o olhar fixo no corredor à frente. Endrick, que vinha logo atrás, observava tudo em silêncio, com aquele sorriso travesso no rosto.

Chegamos ao quarto, e assim que entramos, nos deparamos com duas camas de casal. Antes que qualquer um de nós pudesse dizer algo, Endrick se jogou em uma das camas, abrindo os braços.

— Eu já vou avisando que não gosto de dormir com ninguém — disse ele, rindo. — Então acho que vocês dois vão ter que dividir a cama.

Eu soltei uma risada incrédula.

— Nem pensar! — respondi, cruzando os braços. — Quem vai dormir sozinha sou eu, e vocês dois que se resolvam.

Richard franziu o cenho, claramente incomodado com a situação.

— Ah, e você não dorme com a sua namorada, Endrick? — ele soltou de repente, em tom provocativo, pegando o garoto de surpresa.

Endrick riu, mas tentou desviar, brincando.

— Namorada? Eu? Quem te contou essa mentira?

— Todo mundo sabe, Endrick — falei, rindo. — Não tenta escapar.

Richard apenas balançou a cabeça, como se não estivesse impressionado com a tentativa de disfarce.

— Deixa de ser criança, Endrick — Richard continuou, sua voz mais suave agora, mas ainda carregada com aquela ironia que só eu parecia perceber totalmente.

Endrick se levantou, com uma expressão fingida de ofensa.

— Ah, Richard, confessa logo! Você só não quer dividir a cama comigo porque queria dormir com a Clara, não é?

Richard lançou-lhe um olhar mortal e, num movimento rápido, fingiu que ia bater no garoto, fazendo Endrick pular de volta na cama rindo.

— Fica quieto, moleque! — Richard resmungou, mas um sorriso escapou antes que ele pudesse esconder.

A atmosfera no quarto ficou mais leve com a brincadeira, mas eu ainda conseguia sentir a tensão latente entre mim e Richard, mesmo no meio das piadas.

— De qualquer forma — continuei, cruzando os braços e olhando para os dois. — Eu vou dormir sozinha. Vocês que se resolvam na outra cama.

Richard deu de ombros, claramente aliviado por não precisar prolongar a conversa.

— Pra mim, tanto faz — ele murmurou, já começando a desfazer a mala.

— Tá bom, tá bom — Endrick resmungou, fingindo estar derrotado. — Mas eu aposto que o Richard preferia dividir a cama com você, Clara. Aposto o que quiser.

𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐉𝐎𝐆𝐎 𝐄 𝐑𝐄𝐃𝐄𝐒 - Richard RiosOnde histórias criam vida. Descubra agora