𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐉𝐎𝐆𝐎 𝐄 𝐑𝐄𝐃𝐄𝐒 - Richard Rios

𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐𝟗

CLARA BEATRIZ
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Antes que Richard acelerasse para sairmos do CT, me virei para ele com um sorriso leve.

— Tem como parar rapidinho no meu apartamento? Eu queria trocar de roupa — sugeri, meio sem jeito.

Ele me olhou de lado, com aquele sorriso torto que me desarmava.

— Trocar de roupa? — repetiu, com a sobrancelha levantada. — Por quê? Você tá tão linda assim.

Senti o calor subir no meu rosto, e meu sorriso ficou mais tímido. Eu nunca sabia lidar muito bem quando ele jogava esse tipo de comentário desprevenido.

— É que eu tô com essa blusa do time — expliquei, puxando a camiseta como se fosse óbvio. — E ia ser rápido, se não for te incomodar, claro.

Ele riu, balançando a cabeça enquanto já mudava o caminho.

— Você nunca me incomodaria, Clara.

Sorri ao ouvir aquilo, uma mistura de alívio e ansiedade. O trajeto até meu apartamento foi tranquilo, com o rádio tocando baixinho ao fundo. Quando chegamos, olhei para ele antes de sair do carro.

— Quer subir? — perguntei, abrindo a porta.

Ele me encarou, um brilho no olhar.

— Tem certeza? — provocou, com aquele tom malicioso que só ele conseguia usar de um jeito tão natural.

Revirei os olhos, rindo.

— Claro que sim. E, por favor, não dá ouvidos à Vitória. Ela fala as coisas sem pensar.

Richard soltou uma gargalhada enquanto tirava o cinto e saía do carro.

— Eu tô acostumado. Convivo com o Endrick, lembra?

Rimos juntos enquanto subíamos pelo elevador. Minhas mãos estavam um pouco suadas, e eu tentava disfarçar a ansiedade. Quando entramos no apartamento, eu já fui gritando para que Vitória soubesse que não estava sozinha.

— Vi, tenho visita!

Vitória, que estava esparramada no sofá com o celular na mão, olhou pra mim e depois pra Richard, arregalando os olhos.

— Richard? — Ela se endireitou no sofá, visivelmente surpresa. — Oi! — disse ela, um pouco sem jeito, mas claramente curiosa com o que estava acontecendo.

— Oi, Vitória — ele respondeu educadamente, mas com um sorriso que indicava que ele já sabia do que se tratava. Eles trocaram cumprimentos e olhares que quase me fizeram revirar os olhos.

— Eu vou me trocar rapidinho — falei, apontando para o quarto. — E você, cuidado com a sua língua, hein, Vi.

Ela riu, maliciosa, já sabendo que estava sob vigilância.

— Pode deixar — respondeu, divertida, antes de se virar para Richard. — Vem, senta aí enquanto a Clara se arruma.

Richard assentiu e se jogou no sofá ao lado dela, claramente à vontade. Fui até o quarto e comecei a escolher algo para vestir. Optei por um vestido soltinho, de alças finas, que era confortável e bonito na medida certa. Soltei o cabelo, ajeitando-o de forma que caísse naturalmente nos ombros, e passei um leve batom antes de pegar uma bolsa.

Quando voltei para a sala, ouvi os dois rindo de alguma coisa. Suspirei, sabendo que provavelmente Vitória estava falando besteira.

— Nem quero saber o que tá acontecendo aqui — anunciei, saindo do quarto.