cap 17| talvez

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Cada passo que eu dava aumentava a tensão dentro de mim. Quando cheguei à porta, hesitei por um breve momento antes de bater.

— Entre —
ouvi a voz grave e familiar de Terry do outro lado.

Abri a porta e o encontrei atrás de sua mesa, os olhos fixos em mim assim que entrei. O ambiente era sufocante, mas eu mantive minha postura firme, tentando parecer inabalável, apesar da confusão dentro de mim.

— Você queria falar comigo? —

perguntei, mantendo minha voz calma, mesmo que meu coração estivesse acelerado.

Terry se levantou lentamente e caminhou ao redor da mesa, se aproximando de mim de uma maneira que fez o ar parecer mais denso.

— Sim, achei que já era hora de termos uma conversa. Sobre nós. —

— Terry- ele me interrompe.

— não. Eu não quero aceitar esse tipo de tempo. —

Eu cruzei meus braços, franzino minha testa enquanto penso sobre essas palavras.

— oque que tem? —

Perguntei curiosa. Oque fez ele abrir um sorriso enquanto ele bateu a mão dele na coxa, dele.

— Vem cá. —

Eu olhei para trás para ter certeza que a porta estava fechada, logo me virei e fui em direção a ele, me sentando em sua perna enquanto não olhava para ele.

— vai ficar emburrada? —

— tô esperando tu falar. —

Terry soltou uma risada baixa, o som reverberando pelo ambiente fechado da sala. Eu podia sentir o calor dele, sua presença forte e inegável, enquanto permanecia em sua perna, meu olhar fixo em algum ponto distante da parede. Estava tentando manter minha guarda alta, como se qualquer fraqueza fosse me derrubar naquele instante.

Ele moveu a mão dele lentamente, repousando-a no meu quadril, de maneira quase casual, mas que ainda assim me deixava desconfortável pela intensidade.

— Você sempre foi assim, né? —  ele disse suavemente. — Teimosa, tentando manter esse ar de independência, como se eu não te conhecesse melhor do que qualquer um aqui. —

Suas palavras pareciam uma provocação disfarçada de elogio. Respirei fundo, tentando afastar o turbilhão de pensamentos que se acumulavam na minha cabeça.

—Eu não estou aqui para jogar joguinhos, Terry—

respondi, finalmente olhando nos olhos dele.

—Se você quer falar sobre alguma coisa, então fala logo.—

Ele sorriu novamente, dessa vez mais contido, mas o olhar em seus olhos estava mais sombrio, mais intenso.

—Eu não estou jogando—

ele disse, sua voz ficando mais baixa.

— Eu só queria deixar uma coisa clara entre nós: não podemos continuar fingindo que nada aconteceu.—

Eu franzi a testa, sentindo meu corpo se tensionar ainda mais.

—Eu achei que tínhamos deixado isso no passado. Ou pelo menos, é o que você queria. —

Ele inclinou a cabeça ligeiramente, os olhos nunca deixando os meus.

— Você realmente acha que isso vai ficar no passado, Sn? Você ainda sente alguma coisa, mesmo que tente esconder. Eu vejo isso toda vez que você entra naquele dojo. —

Eu desviei o olhar novamente, tentando processar suas palavras. Claro que eu ainda sentia algo, mas admitir isso? Não seria tão fácil. "O que você espera de mim, Terry?" perguntei, minha voz soando mais vulnerável do que eu pretendia.

Ele apertou de leve meu quadril, me puxando um pouco mais perto.

— Eu espero que você pare de fugir —, disse ele. —De nós dois. —

O silêncio que se seguiu foi pesado, cada segundo parecendo mais longo que o anterior. Eu não sabia o que responder, não sabia se deveria ceder ou manter minha distância. A única coisa que eu sabia era que estar tão próxima dele, mesmo depois de tudo, ainda mexia comigo de um jeito que eu não conseguia explicar.

Finalmente, soltei um suspiro pesado, sem saber exatamente onde aquilo nos levaria.

— E o que você vai fazer se eu parar de fugir? —

Alguém bateu na porta e ameaçava entrar, eu fiquei nervosa, confesso que entrei em Pânico. Mas engoli meu nervosismo... Se eu me levantar rápido e sair vai ficar suspeito para quem está prestes a entrar... Embaixo da mesa.



Aluna e professor. (Terry Silver e sn)Onde histórias criam vida. Descubra agora