cap 18| vai parar de fugir?

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Terry olhou rapidamente para a porta, mantendo seu semblante calmo e calculado. Ele pareceu gostar da tensão crescente, me puxando um pouco mais para perto, como se o momento fosse nosso segredo, e a intrusão só o fizesse querer prolongar aquilo.

- Fique quieta - ele sussurrou em meu ouvido, sua voz baixa e cheia de um controle que só aumentava o peso da situação.

Eu permaneci imóvel, minha respiração ficando mais curta enquanto o som da maçaneta girava. A porta se abriu lentamente, e Tory apareceu, hesitante, como se soubesse que estava interrompendo algo importante.

- Sensei... - ela começou, os olhos rapidamente alternando entre nós, com uma expressão curiosa. - Você pediu para me ver mais tarde, mas achei que talvez... -

Terry manteve a compostura, sorrindo para ela, sem me soltar, mas também sem fazer nenhum movimento brusco. Sua mão permaneceu no meu quadril, mas eu tentei disfarçar o desconforto, mantendo o olhar fixo em Tory.

- Não se preocupe, Tory. - Ele falou com a voz calma. - Pode voltar ao treinamento, falaremos mais tarde. Eu estou terminando uma conversa importante aqui. -

Ela franziu levemente a testa, mas assentiu, claramente tentando entender o que estava acontecendo. Depois de um último olhar para mim, ela saiu, fechando a porta atrás de si.

Assim que a porta se fechou, soltei um suspiro que nem sabia que estava segurando. O momento de tensão se dissipou um pouco, mas Terry ainda não me soltou.

- Você viu? - Ele murmurou, com um leve sorriso nos lábios. - Até ela percebe que há algo diferente entre nós. Está na hora de parar de fugir, Sn. -

Eu me levantei rapidamente de sua perna, tomando um pouco de distância. Minhas mãos estavam trêmulas, mas eu tentei manter minha postura firme.

- Isso... isso foi longe demais, Terry -, falei, finalmente encarando-o com seriedade. - Eu não sei o que você espera de mim, mas não posso... não posso continuar com isso.

Ele me olhou, seu sorriso desaparecendo aos poucos. Havia algo sombrio no ar, mas eu não sabia se era apenas a minha própria incerteza ou algo mais profundo entre nós dois.

- A decisão é sua - ele disse, sua voz mais fria agora. - Mas eu vou te dar tempo para pensar. Porque, mais cedo ou mais tarde, você vai ter que enfrentar isso. Nós dois sabemos. -

Eu não respondi. Apenas saí da sala, meu coração batendo forte no peito, sem saber o que faria a seguir. O dojo parecia um lugar estranho agora, com Terry ali, e a tensão entre nós crescendo a cada dia.

Aluna e professor. (Terry Silver e sn)Onde histórias criam vida. Descubra agora