A noite estava fluindo de uma maneira que eu não esperava. Depois de tocar piano e compartilhar uma conversa íntima com Terry, me senti estranhamente leve. Era como se a presença dele ali, ao meu lado, dissipasse todas as minhas preocupações. Estava tão imersa naquele momento que quase esqueci da ansiedade que me consumia nos últimos dias.
Ainda estávamos sentados no sofá, e eu segurava o delicado pingente de dragão que ele havia me dado. Mas então, Terry se levantou abruptamente, um sorriso enigmático curvando seus lábios.
— Não pense que é só esse presente, — ele disse, a voz baixa e provocante.
Arqueei uma sobrancelha, surpresa. — O quê? Tem mais?
Ele não respondeu, apenas deu um meio sorriso antes de se virar e caminhar em direção à porta. Fiquei ali, sem saber o que esperar, enquanto ele desaparecia pelo corredor. Meu coração começou a bater mais rápido, a curiosidade tomando conta de mim. O que ele tinha em mente agora?
Poucos minutos depois, ouvi o som da porta da frente se abrindo novamente. Me levantei do sofá e fui até o corredor para encontrá-lo. Terry estava voltando, carregando uma caixa grande nos braços. A caixa era embrulhada em papel de presente vermelho com um laço dourado, e ele a segurava com cuidado, como se o que estivesse lá dentro fosse extremamente frágil.
— Feliz Natal, Sn, — ele disse, entregando a caixa para mim com um brilho divertido nos olhos.
Eu mal conseguia acreditar no tamanho do presente, e meu coração disparou com a expectativa. Com as mãos trêmulas, comecei a desamarrar o laço e rasgar o papel. Quando abri a tampa da caixa, meus olhos se arregalaram, e senti uma onda de emoção me inundar.
Lá dentro, um pequeno focinho preto e úmido se projetou para fora, seguido por dois olhos brilhantes e curiosos. Era um cachorrinho salsicha, com pelo marrom avermelhado, pequeno e adorável. Ele me olhou com aquele olhar encantador que só filhotes conseguem ter, balançando a cauda freneticamente.
— Meu Deus, Terry… é um cachorrinho! — exclamei, surpresa e maravilhada.
O filhote soltou um latido animado e começou a se contorcer na caixa, tentando sair para explorar. Eu o peguei cuidadosamente, segurando-o contra o peito. Ele lambeu meu rosto, fazendo-me rir, e toda a tensão que eu sentia parecia se derreter naquele momento.
— Pensei que você precisasse de companhia — Terry disse, observando a cena com um sorriso raro e genuíno. — Algo para animar seus dias, especialmente com tudo o que está acontecendo.
Eu olhei para ele, sentindo uma mistura de gratidão e uma emoção mais profunda que não conseguia descrever. Terry, que geralmente era tão reservado, tinha ido além para me dar algo que sabia que eu amaria.
— Eu nem sei o que dizer… isso é demais — murmurei, ainda chocada. — Como você sabia que eu queria um cachorro?
Ele deu de ombros, mantendo aquele ar de mistério que tanto o caracterizava.
— Eu tenho meus meios, — disse ele com um brilho de travessura nos olhos. — Além disso, achei que ele seria o companheiro perfeito para você.
Acariciei o filhote, que agora estava aninhado em meus braços, já se sentindo em casa. Minha mente estava a mil, tentando entender o que esse gesto significava. Terry não era exatamente do tipo que demonstrava afeto abertamente, e esse presente parecia carregado de significado.
— Você sempre sabe como me surpreender, Terry, — confessei, olhando para ele com um novo tipo de admiração.
Ele apenas sorriu, aquele sorriso que não revelava nada, mas ao mesmo tempo dizia tudo. Por um momento, o silêncio entre nós se estendeu, preenchido apenas pelos pequenos sons do filhote que estava agora explorando o chão ao meu redor.
Mas antes que eu pudesse agradecer de novo ou tentar entender melhor o motivo desse gesto, a porta da frente se abriu novamente. Meus pais tinham voltado, carregando sacolas cheias de comida e decorações natalinas.
— Sn? O que está acontecendo aqui? — perguntou minha mãe, surpresa ao ver Terry ali, ainda mais com um cachorrinho correndo pela sala.
O clima mudou instantaneamente, mas eu apenas sorri, ainda segurando o presente em meus braços.
— Parece que o Natal chegou mais cedo este ano, — respondi, tentando esconder a confusão que sentia.
Terry se virou para cumprimentar meus pais com sua habitual cordialidade, como se nada de estranho estivesse acontecendo. Mas, enquanto eu olhava para ele e depois para o filhote que agora era meu, não pude deixar de sentir que algo havia mudado entre nós naquela noite. Algo que talvez nem mesmo ele estivesse pronto para admitir.
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Aluna e professor. (Terry Silver e sn)
FanficS/n é uma garota que se mudou recentemente para uma cidade nova por conta que seu pai fez parceria com outras empresas e no momento seria bom viver atualmente aqui. Ela sempre viveu no mundo dela, coisas do jeito dela, teimosa mas ao mesmo tempo edu...