Abaixo a ditadura do amor próprio

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De todos os meus sensos 
O de mim, do eu pra mim
É sim o mais cruel
De olhares me fiz
Sob outros me vi
E as vezes
Esse outro sou eu
Eu que pouco vivi.

Sobre a rima que a incerteza esconde 
O compasso que acalanta quieto
Penso se pensa em mim
Não sempre, nem agora
Talvez as vezes
Talvez quando o travesseiro é frio
Quando te falta achego 
Poesia pela manhã
Miragem pela noite
Ou quando o chá é gelado.

Não sei como o Sol vive sem amor
De cima meu nós te quer bem
A maré vem, grita, encaracola, cacheia, alisa
Se enche, de repente me esquece
Me ouve a indignação
E me lembra o coração que um dia teve o batimento escutado.

E de volta ao Chico
A felicidade que me era vizinha
No fim não era minha
Me visita o Querubim
E tudo é fim
A banda toca
Cantam-se coisas de amor
Antes eu sou o herói
E tudo era você
Além de você, você
E você.

Poesia ao ser risoOnde histórias criam vida. Descubra agora