Capítulo 41: Quebra de Maldição

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— Olha, eu não acredito que iremos derrotar o culto do medo hoje. — Vanessa admite com um olhar preocupado. — Mas se nos juntarmos, conseguiremos achar uma saída para derrotar Altharion e acabar com essa maldição dos demônios. Precisamos mirar no que sabemos que terá resultados, senão iremos sair mortos.

— Você tem certeza que quer brigar com sua família mesmo? — Pergunto confusa, enquanto Vanessa e eu nos preparávamos para enfrentar os cultistas do medo pela primeira vez depois de muito tempo.

— Não é porque nasci deles que eles são minha família. — Vanessa responde amargamente. — Desde que eu nasci, nunca soube o que era receber amor dos meus pais, porque a única coisa que eles sabiam eram sobre como venerar o Altharion. Já o Dante sempre recebeu toda atenção porque ele sempre demonstrou "potencial" nos poderes dele e naquela personalidade sádica e psicopata. Ele sempre estragava tudo na minha vida, minhas amizades, a escola, e nossos pais achavam a coisa mais fofa do mundo. Quando eu me apaixonei pela primeira e última vez, finalmente senti como se eu tivesse algo só para mim, alguém que enxergava em mim além do que eu era. E sabe o que aconteceu quando minha família descobriu? Mandaram o Dante matar ele e a família dele apenas para me punirem por não querer fazer parte da seita.

— Se eles fizeram tudo isso com você, por que você estava na floresta naquele dia? — Questiono, sem conseguir conter a empatia que eu estava sentindo pela Vanessa no momento.

— Foi chantagem. Depois que eu matei o Dante, minha família ia me matar se eu não participasse do clubinho do medo. — Ela responde, terminando de ajeitar suas coisas. — Mas depois que eu te conheci, decidi enfrentar eles.

— Sério? Por que? — Pergunto chocada com aquela informação, pois Vanessa não parecia ser muito do tipo emotiva.

— Por que eu sei que você é a única que pode derrotá-los. É o seu destino.

Fico em silêncio absorvendo aquela informação. Vanessa não era tão ruim quanto parecia, apesar de ter atitudes questionáveis de vez em quando. Abro a porta da casa da Clarissa, onde eu ainda me mantinha hospedada, e vejo os demônios se aproximarem. Vanessa entra no carro que havia trazido para cá para cima, e eu entro ao seu lado. Quando ela deu partida, a porta do carro se abre novamente e eu vejo Gustavo entrar atrás.

— O que você pensa que está fazendo? — Vanessa pergunta, e Gustavo nos encara apreensivo.

— Vou com vocês. — Ele responde como se fosse óbvio, colocando o cinto de segurança.

— O Felipe vai me matar se souber que eu deixei você vir. — Aviso, mas Gustavo pareceu não se importar muito.

— Tecnicamente você não está deixando eu ir, mas vamos considerar que eu sou rebelde porque o mundo quis assim. — Gustavo responde, cruzando os braços e esperando.

— Adolescente é tão cringe! — Vanessa sussurra e logo começa a dirigir, enquanto vários demônios se aproximam do carro.

Vanessa começa a dirigir e atropela os demônios que estavam na nossa frente, me fazendo segurar firme para não bater no vidro. Ela desce a ladeira rapidamente, me fazendo dar um grito de desespero. Assim que chegamos à estrada ao lado da floresta, ela deixa o carro em um canto e desce. Saio logo em seguida, tentando recuperar a respiração que eu perdi durante o caminho.

Gustavo vem logo atrás, segurando uma lanterna e iluminando o caminho. Ouço sons de passos por toda volta e me preparo para uma possível batalha com demônios, apesar de saber que eles não serão detidos se não quebrarmos o ritual que os produzem. Em direção à parede do sobrenatural, vejo-a de longe, escondida entre uma parte mágica da floresta, brilhando com seu símbolo em tons de verde neon.

Coração de Lobo, Alma de BruxaOnde histórias criam vida. Descubra agora