Capítulo 38: Precipício da Morte

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Hanna é extremamente rápida ao atirar na minha direção. Imediatamente crio uma barreira de proteção ao meu redor e desvio as balas com precisão, enquanto Hanna continuava a atirar. O impacto das balas era forte, mas eu consegui resistir.

— Primeira vez lutando contra uma bruxa? — Pergunto sarcástica, pois visivelmente dava para ver que meus poderes eram novidade aos olhos da caçadora.

Hanna não responde, apenas joga o rifle no chão e saca um arpão, mirando na minha direção e acertando com uma pontada. Apesar de ter acertado meu braço, a ferida não era tão grave quanto parecia. Tudo aconteceu em questão de segundos, e aos poucos comecei a sentir meu corpo ficar rígido e sem movimento, fazendo-me paralisar por inteiro. Olho para o lado e vejo que Clarissa não estava ali, mas que a porta da casa estava aberta, indicando que a garota adentrou o bunker.

— Posso não ter encontrado uma bruxa com poderes antes, mas sei muito bem lidar com seres sobrenaturais. — Ela responde confiante, se aproximando lentamente e me observando enquanto eu caía no chão, sem força nas pernas.

A garota coloca um dos pés em cima da direção do meu coração, apertando a região com o piso, com um coturno preto de salto baixo. Tento me mover, mas era impossível. Respiro fundo e fecho os olhos, me concentrando nas moléculas do meu corpo e me teletransportando para trás de Hanna, sentindo meu corpo voltar ao normal lentamente. Lembrei-me de um feitiço que me permitia materializar objetos, então me concentrei na minha energia e recitei as palavras em latim, vendo uma espada de duas lâminas se materializar bem nas minhas mãos. Apesar de não saber usar uma, eu tinha o poder comigo. A espada de duas lâminas era a arma que a Beyoncé, minha personagem do RPG, usava nas missões.

Avanço contra Hanna, pegando-a de surpresa, sem poupar esforços para matá-la. Lamento quem acredita na redenção do vilão, mas esse posto já foi ocupado pela Vanessa, portanto, eu queria a cabeça da Hanna. Além dela ser uma caçadora que está tentando me matar, a raiva que sentia ao imaginar tudo o que ela fez com a Clarissa me motivava ainda mais para ver seu corpo sem vida. Hanna empurra meu braço assim que eu estava prestes a enfiar uma das lâminas no seu coração, mas mesmo assim, consigo golpeá-la na região do ombro, fazendo sangue escorrer por toda sua roupa. Ela me olha perplexa, e em fração de segundos, vejo-a sacar uma espécie de controle e apertar um botão.

Ouço uma explosão e imediatamente fecho os meus olhos devido à força da luz ao meu redor. Tudo começa a girar e minha cabeça dói pela intensidade da luz que me atingiu. Ouço zumbidos e sinto uma ardência na minha barriga. Abro os olhos aos poucos e vejo Hanna segurando uma adaga, que a essa altura estava suja de sangue. Uma dor aguda me atinge com força na região, fazendo-me gemer de dor e me concentrar na cura o mais rápido possível. Hanna me empurra e atinge meu rosto com um soco, o que doeu bastante considerando que a mesma usava um soco inglês. Quando ela tentou dar o segundo soco, apliquei um golpe e a prendi com a perna, jogando seu corpo para o lado e ficando por cima. Me estico para puxar a espada de volta, encostando a lâmina no seu pescoço e aplicando força na região. Hanna rola para o lado e me dá um chute exatamente onde me feriu com a adaga, tornando o processo de cura bem mais lento.

— É só isso que você sabe fazer? — Pergunto com um ar sarcástico, concentrando toda fúria de Hanna em mim. — Você não é nada, Hanna. Só conseguiu pegar a Clarissa porque ela estava sob feitiço. Se não fosse isso, você jamais teria conseguido, sabe por quê? Por que você não passa de uma amadora!

— Seus poderes não te tornam invencível. — Hanna rosna para mim, mas eu mantenho meu sorriso no rosto.

— Posso não ser invencível, mas sou mais forte que você. — Ergo meu corpo do chão, ainda segurando a espada que jorrava sangue. Abro meu sorriso ao ver que Hanna estava mais ferida do que eu pensei. — Duplicare Illusiones!

Coração de Lobo, Alma de BruxaOnde histórias criam vida. Descubra agora