Capítulo 19

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Dizem que ela tem sorte
por viver pertinho "deu".
Porém digo e não gaguejo:
o sortudo aqui sou eu.
Se casar com um poeta
é motivo de alegria,
avalie minha sorte:
casei com a própria poesia.
(Bráulio Bessa)
***

O silencio foi absoluto quando ele viu os pequenos sapatinhos junto com um coração. Por um instante, Colin ficou imóvel, tentando absorver o que aquilo significava. Seus olhos marejados correram mais uma vez pela frase antes mesmo de ele se virar para Penelope, que agora o observava com um olhar carinhoso, e ansiosa.

- Você está...? - Colin mal conseguiu completar a frase.

Penelope assentiu suavemente, as lágrimas também começando a surgir.

Sem dizer mais nada, Colin a puxou para um abraço apertado, enterrando o rosto nos cabelos dela enquanto os dois sorriam e choravam ao mesmo tempo. O amor que ele sentia naquele momento parecia transbordar. O mundo ao redor desapareceu, e só restava o calor de Penelope em seus braços e a doce certeza de que estavam prestes a começar uma nova e maravilhosa jornada juntos.

E, naquele instante, tudo mudou. Colin, que sempre acreditou estar preparado para qualquer desafio, sentiu um turbilhão de emoções que jamais havia experimentado. A surpresa, a alegria, o medo, o amor - tudo se misturava em seu peito. Ele se afastou apenas o suficiente para olhar nos olhos de Penelope, ainda segurando-a com delicadeza, e viu refletido ali o mesmo brilho de esperança e felicidade. Sem palavras, ele levou uma das mãos aos pequenos sapatinhos e sorriu, incrédulo.

- Vamos ser pais - sussurrou, como se dizer em voz alta tornasse tudo ainda mais real.

Penelope assentiu novamente, com uma mistura avassaladora de emoções a dominando. Ela sabia que aquele seria um dos momentos mais marcantes de suas vidas, e o peso da revelação trazia uma alegria imensa, mas também uma ponta de vulnerabilidade. A felicidade de estar prestes a se tornar mãe, combinada com a certeza de que Colin seria um pai incrível, inundava seu peito.

E como se ainda não acreditasse, Colin a perguntou:

- Nós vamos mesmo ter um bebe? - sua voz era baixa, quase como se estivesse testando as palavras

- Sim, Colin. Nós vamos ser pais. - Sorriu do jeito dele

- Eu nem sei o que dizer... - As palavras falhando ao tentar expressar o que sentia - Isso é real?

- É real, meu amor. Nossa família está crescendo.

Ele então a puxou para mais perto, envolvendo-a em um abraço apertado, como se precisasse senti-la para acreditar de verdade.

- Eu te amo tanto... - Colin murmurou contra o cabelo dela com a voz embargada - Não consigo imaginar nada mais perfeito que isso.

Penelope fechou os olhos, encostando a cabeça no peito dele, ouvindo as batidas aceleradas de seu coração.

- Eu também te amo.

Colin se afastou do abraço e a puxou suavemente para mais perto, segurando seu rosto entre as mãos com carinho. Seus olhos se encontraram, ainda brilhando pelas lágrimas. Sem dizer mais nada, ele a beijou, um beijo cheio de ternura e significado, como se naquele gesto ele estivesse tentando transmitir tudo o que as palavras não conseguiam expressar.

Foi um beijo calmo, reconfortante, e Penelope se sentiu flutuando. Ali, nos braços dele, ela soube que estava exatamente onde deveria estar. O medo e a ansiedade se dissiparam, deixando espaço apenas para o amor e a expectativa do que viria pela frente. Quando os lábios deles se afastaram, ele a olhou com uma intensidade que a fez sorrir, e disse baixinho:

The Storm - PolinOnde histórias criam vida. Descubra agora