Nova geração.

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Eloísa Aguiar.

Eu mandei mensagem pro Victor falando que tava indo na casa dele, meu tio tava me levando e a gente ia conversando. Estava só eu e ele no carro.

Th: teu pai tá maluco, sempre foi um pai fodão e de repente fica desse jeito. Nem com a Iolanda ele foi assim...

- deve ser porque ele sabe que não tem nenhum direito com a Iolanda e comigo ele quis fazer isso.

Th: eu te ajudo em tudo que você precisar. Sabe quando eu e sua mãe éramos mais novos, eu fiquei maluco um tempo também, fiquei com muito ciúmes porque a Isa abria mão de tudo pelo Dado. Ela se fudia e ele não tava nem aí pra ela, ela sempre tava atrás dele. Por isso eu fiquei maluco. Falei tantas coisas ruins que machucaram sua mãe e hoje eu entendo que ele faz bem a ela, na verdade fazia, agora ele não tá fazendo bem a ninguém.

- Tio, eu acho que se um dia você for pai de menina você vai ser incrível! Eu amo o jeito que você trata eu e a Iolanda, imagine com uma filha sua...

Th: da a ideia a tua tia, vai que né... - ele falou e eu ri. - a verdade é que a Isa foi a primeira garota da minha vida que eu me importei. Ela tinha 12 anos quando eu a conheci e eu já era mais velho, nunca tive nenhum pensamento maldoso nela, sempre vi ela como uma irmã e depois de alguns anos a gente descobriu que éramos irmãos de sangue e essa conexão só aumentou. E aí a Clara apareceu, a segunda mulher da minha vida, depois a Iolanda e você.

- minha mãe já me contou toda a história de vocês, você sempre foi incrível com ela...

Th: olha só, chegamos. - a gente tava conversando então deixamos o GPS ligado e chegamos em frente a casa da mãe do Victor. - pode ficar o tempo que quiser, só não a noite toda. - eu ri fraco. - a gente tem que voltar pra casa, eu vou ficar por aqui dormindo. To cansadão.

- tá bom tio, obrigada. - eu abracei ele e saí do carro. Bati na porta e ele que me atendeu.

Ele não esperou eu falar nada. Só me puxou pra dentro e beijou minha boca com muita saudade, a gente tinha se visto no dia anterior, mas a saudade aperta rápido.

Vt: meu amor...

- vida, eu não vou deixar nada de ruim acontecer com você, tá bom? Eu vou empatar meu pai de fazer qualquer coisa com você.

Vt: fica tranquila, eu confio em você. E eu te amo, não quero me separar de você...

- eu também não quero... - falei já com lágrimas nos olhos.

Vt: vem cá. - me chamou pro quarto, a mãe dele não tava em casa. A gente deitou na cama e ficamos agarrados. Eu estava com o rosto enfiado no pescoço dele. Por mim eu passava o tempo inteiro aqui com ele. - imagina comigo... nós dois vamos ficar juntos, eu vou sair dessa vida, vou arranjar um emprego, você vai terminar os estudos, vai ser uma grande advogada, e lá na frente a gente vai ter filhos juntos.

E eu imaginei, ele sabe que meu grande sonho era ser uma advogada, e sem dúvidas ter filhos com ele.

- eu imagino uma vida inteira ao seu lado, amor.

Felipe Eduardo.

Minha vida tava uma merda e era tudo culpa minha. A única forma de fugir disso era me afogar nas drogas e no álcool. Mas eu preciso me resolver com a minha loira e com as minhas filhas. Pra isso eu não posso estar drogado e bêbado.

Eu tava em casa sozinho, deixei a boca nas mãos dos meus de confiança e fiquei em casa o dia todo.

Elas três estavam na casa do Th.

Mas na boca da noite eu ouvi a portar abrir, e quando olhei era a Iolanda. Ela veio até mim e sentou ao meu lado.

Iolanda: a gente só vai conseguir resolver isso com muita conversa. Violência e brigas não vão levar a nada.

- sua mãe não quer mais saber de mim. Fiz tudo errado. - passei a mão na cabeça suspirando.

Iolanda: ela só tá assim por causa do que você tá querendo fazer com o namorado da Eloísa. Ela vai sofrer com isso, acha que minha mãe quer ver o mal da filha dela?

- eu não tô mais pensando em fazer isso. Já aceitei. Se eu fizesse isso eu ia perder a minha família e não é isso que eu quero.

Iolanda: vai demorar um pouco pra Eloísa te perdoar, agora ela até te chama de Eduardo. - foi como uma facada no peito quando escutei isso.

- tô sendo um péssimo pai...

Iolanda: você é um ótimo pai, só está de cabeça quente. Eu nunca esqueci de tudo que já fez por mim e tenho certeza que a Eloísa também não. Ela vai te perdoar, pode levar um tempo, mas vai.

- Eu preciso falar com ela...

Iolanda: amanhã você fala com ela. Agora ela tá na casa do Vt, ela não vai dormir mais ele, só foi ver ele.

- de boa. - eu falei olhando pro chão.

Iolanda: fica bem, tá? Nós três vamos dormir na casa do tio Th de novo. Se tudo ocorrer bem, amanhã a gente dorme aqui.

- pode falar pra sua mãe que eu amo muito ela? Ela não responde minhas mensagens.

Iolanda: tá bom, eu falo.

- boa noite filha, eu amo muito vocês, e não quero perder a família linda que eu tenho.

Iolanda: boa noite. - eu abracei ela e lhe dei um beijo no cabelo. Ela foi pegar umas roupas pra elas três e depois saiu.