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Eloísa Aguiar.

Eu vou ser tia e ainda não to acreditando nisso, mas deve ser legal ter um bebezinho em casa.

Hoje eu fui em uma consulta com a Iolanda. Minha mãe não vem em todas então eu vim com ela, ela já tá com 3 meses, passa muito rápido.

A gente veio tomar café numa cafeteria e eram 16:30 da tarde.

Inclusive, enquanto estávamos sentadas conversando e esperando nosso pedido, tinha um homem perto da gente com uma mulher e um garoto, que não parava de olhar pra nós duas.

- esse cara não para de olhar pra nós duas.

Iolanda: deve tá nos achando bonita. - riu fraco, ela sempre leva tudo na brincadeira.

- então, voltando ao assunto, quando descobrir o sexo vai decorar o quartinho de que?

Iolanda: eu nem queria fazer uma decoração, eu só queria colocar um berço ao lado da minha cama e uma cômoda no meu quarto pra colocar as coisas do bebê, mas você sabe como dona Isabele é, né? Disse pra gente desocupar aquele quarto que não dorme ninguém e fazer um quarto enorme pro bebê.

- Iolanda, vai ficar lindo! Não vejo a hora. - bati palminhas fracas.

Iolanda: você tá mais animada do que eu! - ela riu. - to me animando com isso também, no começo eu não queria, mas se veio eu posso fazer o que?

- e o Gabriel?

Iolanda: ele me ajuda a pagar as consultas, e disse que vai me ajudar a comprar todo o enxoval também, eu mando várias fotos pra ele das ultrassom.

- ele vai ser um ótimo pai, tenho certeza.

Iolanda: eu queria que a gente ficasse juntos, vejo ele todo dia na faculdade e isso me mata porque nós dois parecemos desconhecidos. Ele só sorri pra mim, apenas. É terrível .

- Eu acho que ele vai te perdoar. Não vai aguentar passar tanto tempo longe de você.

Iolanda: eu já acho que não.

Iolanda Aguiar.

Eu tava numa cafeteria com a Eloísa e o cara que não parava de nos olhar levantou vindo até nós.

Elô: ele tá vindo até a gente.

- relaxa. - ele chegou e me olhou.

xxx: com licença, você se chama Iolanda?

- sim, quem é você?

xxx: Daniel. Desculpa escutar a conversa de vocês duas, mas é que você tava falando de uma Isabele e essa outra moça chamou você de Iolanda e eu acabei ligando os pontos. Você me conhece?

- não, me desculpa.

Daniel: pensei que sua mãe já tivesse falado de mim...

- e o que você é dela?

Daniel: não sou nada dela, mas sou seu pai... - eu fiquei surpresa e Eloísa me olhou boquiaberta.

- desculpa, mas meu pai tá em casa, o nome dele é Eduardo.

Daniel : acha que seu pai é ele mesmo? Eu que te fiz.

- Mas ele que me criou, e eu nem sei se você tá falando a verdade, se você puder nos dá licença...

Daniel: claro, me desculpe. Mas pergunte sua mãe, ela vai lhe dizer a verdade.

Ele saiu e nossos pedidos chegaram, ele, a mulher e o menino que estavam com ele foram embora.

Elô: será que esse cara tá falando a verdade?

- não sei, mas se tiver eu não ligo. Seu pai de sangue é o meu de coração.

Elô: isso mesmo maninha.

A gente comeu e depois eu paguei. Viemos pra casa e quando chegamos minha mãe estava sozinha.

Isa: oi filhas, demoraram.

Elô: a gente foi tomar café na cafeteria.

Isa: entendi.

Elô: vou estudar, amanhã tenho prova. - ela foi pro quarto dela e minha mãe falou comigo.

Isa: como está nosso bebê?

- bem.

Isa: o médico só elogiou ele?

- sim. - eu respondia ela bem curto porque não tinha muito o que responder. - como é o nome do meu genitor?

Isa: por que essa pergunta?

- só pra saber mesmo.

Isa: Daniel.

- então é ele mesmo... - falei só comigo.

Isa: o que você disse? - perguntou enquanto tava colocando alguma coisa na tv.

- nada não mãe. Vou pro meu quarto também, to bem cansada.

Isa: tudo bem, sozinha como sempre... - meu pai quase nunca tá em casa, eu até ficaria com ela, mas to muito cansada.

Isabele Aguiar.

Passei a tarde toda sozinha, as meninas foram em uma consulta da Iolanda e o Eduardo não havia aparecido por aqui. Desde meio dia que ele , acredito eu, está na boca.

Quando deu 19:00 eu ouvi a moto dele, e poucos minutos depois ele entrou em casa, veio até mim e me beijou.

Dado: oi amor, tá sozinha por que?

- por que? - eu ri fraco. - até parece que você não sabe que eu fico sozinha o dia inteiro né, as meninas passam a manhã na escola, as vezes pela tarde vão pra casa dos namorados ou saem pra algum lugar, então não é novidade eu estar sozinha.

Dado: não começa com drama Isa.

- não é drama, Eduardo. É só a verdade , a gente briga e quando nos resolvemos você passa o tempo todo comigo, mas depois eu fico sozinha novamente, as vezes esqueço que tenho um marido.

Dado: tu sabe que eu tenho as minhas coisas pra resolver né amor. Vou fazer dinheiro pra nós como?

- você tem tantos vapores pra que? - eu ri fraco. - eu pensei que eles trabalhavam pra você.

Dado: e trabalham, mas eu gosto de tá lá no comando, tu sabe.

- e o "escritório" que você fez aqui em casa, serviu de que? Eu lembro muito bem quando a gente se mudou e você falou que fez pra ficar perto de nós e não adiantou nada.

Dado: aquilo que eu disse já faz quase 2 décadas, quase a idade da Iolanda.

- tudo bem, você tem seus corres, seus bagulho e tudo mas e eu? Você não pensa em mim o dia todo?

Dado: claro que eu penso amor! - nós ainda estávamos deitados, ele deitou por cima de mim e estávamos conversando olhando um no olho do outro, não estávamos brigando. - minha maior vontade é tá agarrado com você, mas fazer o que se eu não posso?

- tenta, pelo menos. Tá bom? Eu me sinto muito sozinha o dia inteiro!

Dado: tá bom amor, eu vou tentar! - me beijou e depois foi pro quarto tomar banho.

Eu fui deitar com ele na cama e a gente ficou agarrados conversando.

Nova geração.Where stories live. Discover now