Capítulo 09

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DIANA

Enrico ficou junto aos trabalhadores, seu José passou a lhe explicar sobre a praga que atingiu a plantação, porém já havia sido controlada.
- O prefeito soube que o senhor vinha e pediu que o avisasse para jantar com a família dele.
- Saco, o que ele quer é apoio político.
- Pode ser, mas se esta aqui, não custa fazer seu papel. Isso pode ser bom para os negócios. - Digo ao me aproximar.
- Do que está falado?
- É sempre bom conhecer as pessoas influentes, não precisa fazer tudo o que elas querem, mas é preciso saber quem são, para poder lidar com elas.
Ele pensa uns minutos e suspira olhando o parreiral.
- Você pode estar certa. – Ele vira-se para José. - peça que marque o tal jantar, e me avise.
- Pode deixar patrão!
- Vou voltar para a sede, depois do almoço vou a cidade, qualquer problema falem com André.
- Pode ficar tranquilo.
Voltamos para a sede e dona Maria estava colocando a mesa.
- chegaram na hora!
- Que bom dona Maria. - Falo e vou ao quarto lavar as mãos, a caminhada me aqueceu e preciso tirar um pouco daquelas roupas.
Tiro o casaco e o touca. Solto os cabelos e escovo-os.
- Prefiro soltos. - Enrico diz.
- E eu prefiro poder escolher.
Ele sorri e sai.
Mordo o lábio pensando que eu podia ter sido mais calma.
Mas aquela Elisa me irritou já de manhã.

Vou para a sala e Enrico está olhando a plantação dali.
- Impressão ou está preocupado?
- se o tempo não ajudar, as uvas não vão ficar no ponto para podermos processa-las, o vinho não fica igual.
- São muitos elementos a serem levados em conta?
-Sim. E esse jantar será um para fechar um acordo que meu pai vem tentando desde que minha mãe faleceu.
- o que é?
-Existe umas terras da prefeitura ao lado das nossas, mas o prefeito na época achou que seria arriscado cedê-las, nem arrendá-las eles não quiseram.
- E para que vocês precisam disso?
-Para diversificar a plantação, veja, quando uma uva não está madura o suficiente podemos estar comendo outro tipo e fazendo outros vinhos.
- Entendi, e porque o prefeito não faz esse acordo?
- Por que achou que meu pai estaria abalado, e não conseguiria tocar os trabalhos, e ainda eu na realidade, sempre fui muito como direi... inconstante, eles não confiavam em mim. Acreditavam que meu pai não iria honrar os valores desta forma.
- E acha que agora será diferente?
- Eu não sei, mas vou tentar.
- Venham almoçar! -Donna Maria diz. -Ou vou ter que fazer como antigamente e te pegar pelo braço e trazer para a mesa?
Enrico levanta as mãos em sinal de que não iria protestar.

Almoçamos e dona Maria ficou falando da falta dos país de Enrico, e de como a fazenda estava linda.

- Vou a cidade a negócios, pegue Valéria e façam um passeio na propriedade. Há um lago e um moinho antigo. Tem muita coisa legal para conhecer. Pode pegar a caminhonete se quer, vou com a caminhonete da fazenda.
-Certo, ia odiar ficar aqui sem fazer nada.
Ele vira as costa e sai.
Enrico passou a tarde fora, Val e eu fomos conhecer algumas partes da fazenda que não conhecia.

-Como você consegue ter sangue frio com aquela vaca? Eu preciso saber, pois acho que já tinha metido a mão nela! -Val diz furiosa.

-Val, ela pode ser bonita e tudo, mas ela não tem o mundo como eu, o que ela faz é uma insinuação barata. Não vou fazer nada que a humilhe, mas uma hora vou acabar me estressando de verdade.

-Por que você não faz nada a respeito?

-Faço do meu jeito.

-Diana eu não entendo! você não tem ciumes dele?

Respiro fundo e vejo que é hora de conversar com ela. Será pior depois, ela achará que não vai poder confiar em mim.

-Você precisa saber de algumas coisas que estão acontecendo, então você vai entender tudo melhor.

-Conte-me! -ela diz .

Paro a caminhonete de frente para o lago e respiro fundo.

-Por onde começar?

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