Capitulo 26

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Razeen

Diana não me olhava diretamente, e mesmo sentindo uma atração enorme e sabendo que poderia tentar me aproximar e motivá-la a se entregar, não era o que eu queria.

Queria ela por inteira. Quero que ela venha por me desejar, e não por ser a oportunidade que se apresentou.

-Você tem a escolha. -Lhe ofereci minha mão, como se estivesse dizendo "venha".

-Tzeen, pedi que compreendesse, estou envolvida com Enrico, não sou assim e acredite, como acompanhante, estou acostumada a ver um homem nu. -Ela vai até a a janela e olha para fora. Sei que algo esta se movendo, se modificando dentro dela, mas ainda não entendo o quê.

Suas palavras saíram serias e minha mente me jogou inúmeras perguntas. Ela teria visto tantos homens assim? Teria sido de tantos assim? O tal Enrico já teria ganhado raízes em seu coração? Ela amava ele, ou o jeito de transar?

Eu poderia criar minhas raízes em seu coração, mas entendi que não será assim.

Puxo o lençol da cama e me enrolo da cintura para baixo.

-Me desculpe, mas não posso negar que você mexe com meus instintos, e isso me perturba. -Ela se vira e me vê coberto e sorri. -Serei mais cavalheiro a partir de agora.

-Obrigada. -Acertei, será por aqui, seu olhar mostrou um brilho que desejo ser de curiosidade.

-Mas está a minha frente, já me viu nu e em uma situação nada convencional.

-Tzeen! -Ela diz e sei que a minha imagem me tocando no chuveiro veio a sua mente.

-Desculpe, mas seria hipócrita se não dissesse que a desejo. -Nossos olhos se cruzaram. -Fique a vontade, nosso jantar já deve estar chegando, irei me vestir.

-Certo.

Volto ao banheiro e fecho a porta.

Ela passou por muitas coisas, sei que não deve estar sendo fácil esse choque com o passado, o voltar a entender que tem onde se apoiar depois de tantos anos fugindo e sendo sufocada pela cultura externa.

Irei precisar ter paciência e preciso saber entrar em seu coração. Mas não posso dizer que não a desejo, que não a quero como mulher, estaria mentindo para ela e para mim.

Seco-me e visto uma calça de algodão e com os pés descasos, faço minha higiene e olho no espelho, vejo minha imagem mais feliz, mais forte.

Saio e vejo Diana sentada próxima à mesa de refeição me aguardando, seu vestido era delicado e ao mesmo tempo ousado, mandei comprar em um bairro árabe na Itália, mas nem perto fazia jus a sua beleza.

-Melhor? -Pergunto apontando para a calça.

-Sim. -Ela sorri e enrola os cabelos deixando-os posicionados ao lado direito de seu pescoço. -Preciso conversar.

-Ótimo teremos muito o que conversar.

Vou até o armário e pego uma camiseta cinza e coloco, percebo seus olhos acompanhando meu movimento, mas ela desvia.

-Preciso saber sobre Theo.

Sua voz sai como se sentisse dor.

-Fique tranquila, ele imagina que você está em uma clinica na Itália.

-Clinica?

-Sim, -Sirvo um pouco de água em sua taça e um pouco para mim. - Disse que você perdeu a memória e que eu a encontrei na Itália.

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