Capítulo 13:

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“Ato 3: Colisão”

A cidade estava com um clima tenso, os policiais estavam à espreita do fantasma, procurando qualquer vestígio mínimo de seu paradeiro. O prefeito estava tão atarefado que designou o caçador de monstros “Mente” para ajudar nas buscas, os reis do panteão também estavam dando todo o suporte, pesquisando diferentes tipos de invocações ou rastreio.

– Vocês acham que ele é perigoso?

Victor estava apoiado na parede da casa do Foka, as camas tinham sido substituídas por dúzias e dúzias de objetos mágicos, livros do eidolon e grimórios.

– Não sei dizer, ele parecia assustado quando apareceu pra geral. – A voz do Tuguim ainda tinha aquele tom arranhado, típico de um garoto na adolescência passando pela transição de hormônios.

– Acho que assustado não é a palavra.

Os dois olharam para Serra, ele estava sentado ao lado do irmão dele, Tuguim.

– Parece que o plano dele não era atacar… ele tava quieto, observando… juntando informações.

Eles ficaram em silêncio, Serra estava encarando os Dinos que liam livros e mais livros.

– Você acha que…?

– Acho. Ele tava ali só pra saber o que nós estávamos fazendo.

– Pera aí mano… eu não entendi…

– Meu deus Tuguim, nem o Pantu é tão lerdo!

– Mas eu não entendi cara!

– Ele tá querendo dizer que o fantasma só correu porque aparecer pra gente não estava nos planos dele!

Serra riu, era divertido a forma que Victor não conseguia não se estressar com seu irmão, ninguém poderia culpá-lo, era raro não se estressar com a lerdeza de Tuguim.

– Tá… mas… e daí?

– Meu deus… – Serra riu alto enquanto Victor pressionava o dedo no cenho franzido, suspirando e desistindo de explicar.

– Eu quis dizer quê: ele não queria lutar, ele não tava com medo… mas ele não queria se revelar.

A madeira rangeu e o som de passos se aproximando chamou a atenção dos três, um homem mestiço estava carregando uma grande caixa com vários tipos de coisas mágicas, cabelo ondulado, branco, pele acinzentada, olhos pretos, orelhas pontudas e o corpo gordinho mas de forma musculosa, aquele era o delegado Foka.

– Se não forem ajudar, recomendo falarem mais baixo.

Ele parecia irritado. Era novidade ver ele estressado dessa forma.

Foka era conhecido por ser malandro, trapaceiro e traiçoeiro, o que foi uma completa reviravolta quando a caixa de Pandora ordenou para ele a missão de ser um policial justo e honesto, talvez a função estivesse exigindo mais dele do que o previsto.

– Foi mal…

Tuguim se escondeu atrás do irmão, já Victor continuou de braços cruzados, um olhar calmo e divertido dançava nas íris castanhas do garoto.

– Vocês tem alguma pista?

Por algum motivo, Foka não gostou do tom de Serra, ele parecia zombar de sua autoridade apenas por respirar.

– Não, não achamos nada.

– Mas vocês são três…

Foka suspirou, apertando a caixa de papelão em suas mão e fechando os olhos com força.

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