(na festa da mansão dos Andrade, todos estão estático a olhar para Carlos que continua à entrada do salão, sem reação)
(Eugénia, Gustavo e Madalena continuam de pé a olhar para ele)
Valentina - Pai? (corre até ele, preocupada) O que é que estás aqui a fazer? Passa-se alguma coisa?
(Carlos não tem reação)
Madalena - (aproxima-se de Carlos e segura-lhe no braço) Ainda bem que vieste.
Eugénia - O que é que pensas que estás a fazer na minha casa?
Carlos - (suspira) E-Eu...
Madalena - Ele foi convidado por mim.
Eugénia - (grita) Como é que te atreves?!
Gustavo - Mãe, tenha calma, por favor.
Madalena - Não acha que está na hora de fazer as pazes com o seu filho, Eugénia?
Valentina - Filho?!
Fábio - Como assim?! O Carlos é pai da Valentina?!
(Eugénia senta-se e coloca as mãos na cabeça)
Madalena - O Carlos é o pai da Valentina, sim. Vocês são primos.
(Valentina e Fábio ficam em choque, olhando um para o outro)
Eugénia - Cala-te, Madalena! (suspira) Isto é uma conversa de família, por isso...se querem que eu fale, os convidados vão ter de ir embora.
(todos ficam tensos)
(na escuridão da noite, um homem arrasta um saco grande plástico preto com um corpo lá dentro por uma rua com acesso a uma zona escondida junto ao rio)
(ele arrasta com alguma dificuldade até que chega ao pé de um pequeno penhasco numa das encostas das margens do rio Douro)
(o homem olha à sua volta de forma a garantir que não há ninguém)
(o homem faz balanço e atira o saco pela encosta abaixo assistindo ao saco pesado a descer pela encosta até cair na água)
(o homem dá um sorriso malvado à medida que vê o saco com o corpo a ser levado calmamente pela corrente do rio)
(à entrada do lado de fora da casa de Nelson e Sandra, ela está estática junto à porta, enxugando as lágrimas e vendo Nelson a carregar as malas para o carro)
(quando ele termina, Nelson vai ao encontro de Sandra e fica a olhar para ela, com um ar sério)
(Sandra não desvia o olhar o chão)
Nelson - Isto vai ser bom...acredita em mim.
(Sandra suspira de tristeza)
Nelson - Temos de ir embora.
Sandra - Eu quero despedir-me do meu pai e dos meus amigos...
Nelson - O teu pai vai ter connosco a Toledo para nos ver. E os teus amigos se quiserem, também vão. Agora vamos embora...
(Sandra não se move)
Nelson - Já disse para irmos embora, Sandra! Não me faças perder a paciência! Parece que gostas de armar confusão e de me irritar de propósito! É impressionante!
(Nelson puxa o braço de Sandra bruscamente e puxa-a até ao carro)
(Nelson abre a porta do carro e espera)
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Sol de Viena
General FictionA família Andrade é uma família dona de indústrias em ascenção económica cujos antepassados fugiram da opressão do Estado português nos anos 70 e se instalaram em Viena, na Áustria, por ser um país neutro na questão da Guerra Fria e mais pacífico. N...