Capítulo 13

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Estou um pouco nervosa sobre esse capítulo...espero que gostem.

Carina foi dormir tarde na noite passada. Ela e Andrew passaram a noite juntos, cozinhando e conversando. Andrew contou sobre a família, sobre como as coisas estavam difíceis com o pai deles, que estava enfrentando mais uma crise de bipolaridade. Andrew não conseguiu ficar muito tempo com o pai, não suportando vê-lo daquele jeito, recusando ajuda. Então ele decidiu voltar antes do previsto, buscando uma pausa de toda a tensão.

Carina sentiu o peso das palavras do irmão quando ele falou sobre o pai. Era difícil ouvir que Vincenzo continuava o mesmo, recusando qualquer tipo de ajuda. Uma tristeza profunda se instalou no peito dela, um sentimento familiar que ela havia tentado enterrar por tanto tempo.

Carina sabia o quanto era desgastante lidar com a bipolaridade do seu pai. Ela própria havia passado anos tentando equilibrar o caos, cuidando dele sozinha, enfrentando as mudanças abruptas de humor, a falta de controle, o desespero de querer ajudar alguém que se recusava a aceitar qualquer auxílio. Era uma ferida aberta que, mesmo com o passar dos anos e a distância, ainda doía. E saber que Andrew agora carregava parte desse fardo a fazia se sentir impotente, incapaz de mudar aquela realidade para eles.

Na manhã seguinte, Carina acordou cedo. Ela precisava ir trabalhar, mas antes de sair, decidiu preparar um café da manhã especial para o irmão, algo que eles não comiam juntos há muito tempo: French Toast, a receita que a mãe deles costumava fazer quando eram crianças.

Enquanto fritava as fatias de pão embebidas em ovo, o telefone dela vibrou sobre o balcão. Ela limpou as mãos no avental e pegou o celular.

Era uma mensagem de Maya.

Maya Bishop: Acordei pensando em você.

Carina sorriu ao ler a mensagem e rapidamente digitou sua resposta.

Carina DeLuca: Nossa, já está com saudades? Não faz nem 24 horas.

Logo veio a resposta de Maya.

Maya Bishop: Quer saber? Retiro o que disse.

Carina riu ao ler a mensagem, mas antes que pudesse responder, a voz de Andrew atrás dela a assustou.

— Com quem você está falando? — perguntou ele, curioso.

Carina se virou, surpresa, segurando o celular ainda na mão.

— Você é muito curioso, sabia? — respondeu ela, tentando esconder o sorriso.

— É com a pessoa com quem você estava ontem à noite? — ele provocou, com um ar descontraído, enquanto se sentava à mesa.

Carina deu uma risada, pegou as torradas prontas e colocou-as em um prato. Em seguida, levou para Andrew junto com uma xícara de café fumegante.

— Nossa, senti falta da sua comida — ele disse, pegando uma torrada e mordendo com satisfação.

Ela sorriu, olhando com carinho para o irmão.

— Sim, eu estava conversando com a pessoa que estava ontem à noite — admitiu, colocando as mãos na cintura.

Andrew ergueu uma sobrancelha e inclinou a cabeça para o lado, curioso como sempre.

— E você realmente não vai me dizer quem é, vai? — Ele mordeu outra vez a torrada, mas seus olhos ainda estavam focados na irmã.

Carina hesitou por um momento.

Era Andrea, seu irmãozinho. Ele podia ser um pouco intrometido, mas ela sabia que podia confiar nele. Depois de alguns segundos, ela suspirou.

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