Capítulo 5

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O destino tem uma maneira curiosa e muitas vezes engraçada de se manifestar em nossas vidas. Atua como um maestro invisível, orquestrando eventos e encontros que, inicialmente, parecem aleatórios, mas, com o tempo, revelam-se incrivelmente significativos. A ironia do destino é seu amor por surpresas, trazendo situações inesperadas justamente quando pensamos que tudo está sob controle.

Imagine aquela vez em que você estava atrasado para um compromisso importante e, por mais que se apressasse, parecia que o universo conspirava para atrasá-lo ainda mais — o ônibus que não vinha, o semáforo que não abria, a chuva repentina. No fim, quando chegou esbaforido, descobriu que a reunião havia sido cancelada ou adiada. Pode parecer uma mera coincidência, mas essas reviravoltas do destino têm um charme especial, como se estivessem ali para nos lembrar que nem tudo pode ser previsto ou controlado.

Então, há aqueles encontros mágicos que acontecem quando menos esperamos. Você pode estar em qualquer café em um dia comum e acabar conhecendo alguém que mudará completamente o curso de sua vida. Ou estar na fila do supermercado e reencontrar um velho amigo que não via há anos.

Ou encontrar a mulher em quem não parou de pensar nos últimos dias na casa do seu colega de trabalho.

A presença de Carina naquela noite foi inesperada para Maya, e vê-la ali a deixou momentaneamente sem palavras. Claro, ela esperava ver a italiana em breve, mas não imaginava que "em breve" seria tão rápido.

Maya saiu de seus pensamentos e voltou à realidade quando sentiu um impacto nas pernas.

Pru havia corrido e se agarrado às suas pernas.

— Oi, querida. Como você está? — ela sorriu, vendo a menina levantar a cabeça para olhá-la.

— Estou bem — respondeu Pru, depois olhou para as mãos de Maya. — O que você está segurando?

Maya riu da pergunta direta da garota.

— Sorvete de chocolate. Trouxe só para você. — seu sorriso se alargou ao ver os olhos da menina brilharem.

— Qual é a palavra mágica? — perguntou Bailey.

— Obrigada, tia Maya — disse Pru, sorrindo, pegando o sorvete da mão de Maya e correndo para a cozinha.

Só então Maya percebeu que todos os olhos na sala estavam sobre ela, incluindo os de Carina. Seu rosto corou e ela deu um sorriso torto.

— Olá, pessoal. Obrigada novamente pelo convite.

— Não precisa agradecer, adoramos ter você aqui — disse Bailey com um sorriso.

— O resto da equipe não vai se juntar a nós — disse Ben, chamando a atenção de Maya.

— Por quê? — perguntou ela, curiosa.

— Já tinham outros planos — Ben deu de ombros.

Maya ergueu uma sobrancelha, pensativa. A equipe nunca recusava um convite para jantar na casa dos Warren, então ela achou estranho que todos tivessem dispensado naquela noite. Ela estava prestes a questionar Ben novamente quando a voz de Bailey a interrompeu.

— Bem, você é da família, então fique à vontade. Vou ajudar Ben a terminar o jantar e garantir que Pru não coma todo aquele sorvete de chocolate.

Maya riu enquanto via Bailey correr em direção à cozinha gritando o nome de Pru. Ben ofereceu um sorriso para as duas mulheres na sala e seguiu sua esposa.

Maya virou a cabeça para encarar a mulher à sua frente, surpresa ao encontrá-la já olhando de volta. Ela percebeu um leve sorriso no rosto de Carina e sentiu toda a sua nervosidade voltar.

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