Dois meses haviam se passado desde que Maya e Carina começaram a namorar, e para ambas, parecia que a vida finalmente estava em equilíbrio.
Durante as primeiras semanas, foi aquele período de pura euforia e descoberta mútua, onde tudo parecia perfeito. Tiveram a sorte de coincidir suas agendas no trabalho, conseguindo alguns dias de folga para se dedicarem exclusivamente uma à outra, mergulhando no que parecia ser uma interminável fase de lua de mel.
Aproveitaram ao máximo. Se trancaram na casa de Carina em alguns dias, assistindo filmes, cozinhando juntas, e simplesmente curtindo a companhia uma da outra. Mas, em outros momentos, decidiram explorar mais a cidade.
Maya, sempre tão controlada e focada, se permitiu relaxar mais. Deixar as responsabilidades um pouco de lado parecia ser algo natural quando estava com Carina.
E Carina, sempre tão atenta às necessidades dos outros, se deixava cuidar por Maya, criando uma troca de afetos que só fortalecia a conexão entre elas. Foram a restaurantes que adoravam, experimentaram vinhos diferentes e riram de piadas internas enquanto se alimentavam não apenas de comida, mas da companhia uma da outra.
Juntas, exploraram a cidade como se fossem turistas, aproveitando cada segundo do tempo livre. A leveza desse momento permeava cada gesto, cada toque.
Maya nunca pensou que pudesse se sentir assim — vulnerável, mas segura ao mesmo tempo.
Com o tempo, a novidade do relacionamento se espalhou. Primeiro, Maya decidiu contar no trabalho, sem saber exatamente como os amigos e colegas reagiriam. Não que ela estivesse preocupada, mas havia uma leve ansiedade em seu peito. De certa forma, falar sobre seu lado pessoal tão abertamente a deixava um pouco nervosa.
Ela chegou na Estação 19 um pouco mais cedo que o habitual naquele dia. Não estava particularmente mais quente ou mais frio, apenas um dia comum de trabalho. Mas algo em Maya havia mudado. Ela estava ansiosa para compartilhar a novidade, mesmo que tentasse disfarçar o sorriso que insistia em aparecer em seu rosto.
Ao passar pelo pátio da estação, ela avistou Vic e Andy já arrumando o equipamento para o dia. Ambas conversavam distraidamente sobre algo, mas logo perceberam a presença de Maya.
— Bom dia, Bishop! — gritou Andy com um sorriso, enquanto Vic acenava com a cabeça.
Maya sorriu, jogando sua bolsa sobre o banco ao lado.
— Bom dia.
Vic estreitou os olhos, cruzando os braços e inclinando a cabeça levemente.
— Hmm, o que é isso no seu rosto, Maya?
Andy ergueu uma sobrancelha e olhou mais atentamente para a amiga.
— Você tem algo para nos contar?
Maya soltou um suspiro divertido, sabendo que não conseguiria esconder por muito mais tempo.
— Ok, vocês me pegaram. — Ela deu de ombros, como quem tenta minimizar, mas o brilho em seus olhos denunciava o contrário. — Eu e Carina estamos... bem, estamos namorando.
Vic quase derrubou o equipamento que estava segurando.
— O quê?! Namorando?! Desde quando?
Andy, por sua vez, sorriu de orelha a orelha.
— Ai, finalmente!
Maya riu, ajustando a postura.
— Oficialmente, faz pouco mais de duas semanas, mas as coisas têm sido... ótimas. Incríveis, na verdade.
Vic balançou a cabeça em descrença.
— Incrível? Isso é subestimar. Eu quero saber os detalhes, como foi, quem deu o primeiro passo...
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Flames of Fate
FanfictionMaya, uma bombeira corajosa e dedicada, e Carina, uma médica obstetra renomada, vivem vidas separadas e desconhecidas uma da outra. No entanto, quando uma mulher grávida entra em trabalho de parto durante um prédio em chamas, seus destinos se entrel...