Capítulo XXIV

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_______________________________________8 de junho de 1994

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8 de junho de 1994.

Hoje me vi perdida, não apenas no emaranhado dos meus pensamentos, mas também nas emoções que parecem conspirar contra mim, desafiando minha razão e minha serenidade. Observo o mundo ao meu redor como quem se move por um labirinto interminável, cada corredor me conduzindo de volta ao mesmo ponto de partida: ela. Hermione Granger.

Seu nome ecoa na minha mente como uma melodia persistente, tanto familiar quanto inquietante. O que, afinal, eu realmente sinto por ela? Esta pergunta se tornou uma sombra constante, pairando sobre cada instante de minha existência. Mas, se sou honesta comigo mesma – coisa que tenho evitado ultimamente – talvez eu já saiba a resposta. Só que saber não é suficiente. Identificar o sentimento é apenas o primeiro passo. O que ele significa? O que ele quer de mim? Mais importante: para onde ele pode me levar?

Hermione não é como ninguém que já conheci. Ela é intensa, como uma tempestade que irrompe sem aviso, derrubando as barreiras que cuidadosamente ergui ao meu redor. Sua inteligência me fascina; sua força, às vezes, me intimida. Há algo nela que me prende, um magnetismo impossível de ignorar, como se o universo tivesse decidido que nossos caminhos deveriam se cruzar. Ela é uma chama que arde sem medo de se apagar, enquanto eu temo que apenas me aproximar possa me consumir por completo.

Mas e se esse fogo não existir para me destruir, e sim para me moldar? Para revelar partes de mim que nem sabia que existiam? Há um desejo latente em mim de descobrir, de ir além desse medo que me prende. Ao mesmo tempo, há um terror ainda maior: o de que essa descoberta possa me transformar em algo que não reconheço, ou, pior, que ela veja essa mudança e me rejeite.

Enquanto isso, tudo dentro de mim se confunde. Fascínio e medo dançam em perfeita sincronia, criando um conflito que me deixa inquieta. Tento racionalizar, encontrar explicações, mas tudo parece se desfazer quando estou perto dela. O jeito como sua voz soa ao pronunciar meu nome. A forma como seu olhar encontra o meu, mesmo nos momentos mais simples. E a maneira como ela sorri, como se pudesse iluminar até mesmo os cantos mais escuros de minha alma.

Não sei o que me espera no final desse labirinto, mas sei que não há como voltar atrás. Algo em mim mudou, irreversivelmente. Talvez, apenas talvez, as respostas que tanto busco estejam esperando por mim adiante, guardadas em algum lugar entre a coragem de encará-las e o risco de me expor.

Por enquanto, sigo em frente. Um passo de cada vez. Não sei se terei forças para confessar o que sinto, para enfrentar Hermione e admitir a verdade que pulsa em mim. Mas há uma coisa da qual estou certa: ela é o centro desse labirinto. E, de um jeito ou de outro, é nela que a jornada termina. Nosso vínculo é o início e o fim.

mávres kardiés | Hermione GrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora