EPÍLOGO
DULCE MARIA VON UCKERMANN
Dias atuais
Abro a porta do centro de treinamento, procurando por Christopher, só pra dar de cara com as novatas paradas ao lado do tatame, os olhos fixos nos movimentos de Luís enquanto elas salivam sobre meu marido.
Minha Glock pesa no coldre e eu preciso respirar fundo pra me controlar e não acabar enfiando uma bala na testa das novas agentes que estão babando ao assistir a troca de golpes entre Christopher e Herrera.
– Ouvi que ele é um dos chefes – Hazel Sinclair, a loira alta diz, mordendo a pontinha do polegar.
– Bom, ele é um grande gostoso – a mulher negra de cabelos cacheados, Tiffany Bennet, comenta, tão fascinada quanto a parceira.
– E tem cara de quem fode bem.
Destravo meu coldre, a adrenalina dos últimos momentos, misturada com o ciúme e a excitação que corre por mim de maneira desregulada, realmente colocando as duas em risco.
– Sabe o nome dele?
– Ainda não, mas eu vou descobrir – Hazel claramente querendo conhecer o calabouço, diz animada demais para o próprio bem. – E quero descobrir mais do que só o nome.
Tipo a sensação de ser torturada?
Para evitar que eu realmente a mate sem nem mesmo me apresentar para as duas mulheres que foram recrutadas e chegaram hoje, limpo a garganta, atraindo a atenção de ambas.
– O nome dele é Christopher Von Uckermann. – Aceno com a cabeça para cima do tatame e, com o canto da visão, noto quando ele interrompe a movimentação e se vira para me olhar, como se sentisse minha presença.
Não sei de onde elas entendem que estou entregando essa informação de maneira amigável, ainda mais enquanto minha mão permanece na empunhadura da arma e eu uso o tom mais frio que o próprio gelo.
– Christopher Von Uckermann... – Tiffany repete, testando o som, então cutuca o braço da que está ao seu lado. – Um belo nome.
– É. – Assinto, sorrindo da mesma forma como costumava sorrir antes de matar um alvo. – Um grande gostoso que fode bem pra caralho e, se quer saber, tem vinte e um centímetros de pau – acrescento, respondendo as perguntas que sei estarem em sua mente. – E antes que eu me esqueça, deixe que eu me apresente. Meu nome é Dulce Maria Saviñon Von Uckermann, mas vocês devem me conhecer por: a arma letal.
A cor some do rosto das duas, principalmente quando dou um passo em frente.
– Quando o vi pela primeira vez, pensei o mesmo. Mas, naquela época, ele não era casado com uma pessoa que tinha uma mira tão boa quanto a minha, então, se eu fosse vocês, tomaria cuidado. – murmuro, fuzilando-as com os olhos enquanto destravo a Glock, o click suave sendo o bastante para atrair os olhares para o coldre onde mantenho a pistola na posição de semi saque.
– Maria? – a voz grave e com uma pontada de diversão faz com que as duas se sobressaltem e se virem, dando de cara com Luís que mantém os olhos em mim.
O cretino não tenta esconder que gosta da minha versão possessiva e eu nem mesmo posso julgá-lo por isso, considerando que também gosto de vê-lo com ciúme de mim.
– Ah, e além de tudo aquilo que eu falei, ele também tem uma voz que fica ainda mais gostosa quando fala sacanagens no meio do sexo. Uma voz que só eu escuto. – acrescento, sem dar uma segunda olhada para qualquer uma das duas, irritada demais com o calor que o ciúmes faz subir pelo meu corpo, misturado com a adrenalina da notícia e com o tesão que continua latente e embaralha meus pensamentos.
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Amnésia
RomanceDizem que o amor é tranquilo e sereno, mas o que sinto por Maria é o oposto. Existem amores suaves, mas o nosso jamais foi assim. Conheci Dulce Maria há oito anos, e desde o início, tudo foi caos. O caos mais envolvente que já vivi, ao lado dessa m...