Ela permanece sentada na cama, abraçando uma almofada com força enquanto encarava o nada, olhos sem brilho ou emoção. Estava de pijama, seu rosto com olheiras profundas e a expressão desolada, cabelo desgrenhado e bagunçado.
S/N sabia muito bem que não devia estar se sentindo daquela forma, que não devia chorar por ele, mas não conseguia evitar. Por mais que tentasse afastar os pensamentos, eles voltavam a mente.
Gojo tinha a traído com sua própria amiga, depois de 3 anos juntos. Como se ela não fosse nada, jogando fora todos os momentos junto que tiverem, todas as promessas e tudo o que já fez por ele.
A traição causou uma dor quase física dentro dela, uma sensação esmagadora que parecia engolir tudo ao seu redor. Sentia como se estivesse presa em um sonho, ou melhor, um pesadelo.
S/N tinha vontade de gritar ou chorar, mas as emoções pareciam entorpecidas pela dor que sentia profundamente, como se estivesse anestesiada por dentro. Mas, por mais que tentasse bloquear, as memórias da traição voltavam a atacar, dolorosa como punhais.
Sentia-se estúpida, por confiar nele, por acreditar em suas palavras vazias. Gojo disse ser fiel e apaixonado, jurando amar somente a ela, apenas para quebrar os juramentos com o passar dos anos.
Geto podia sentir a dor profunda de S/N enquanto estava ao seu lado, oferecendo conforto com o silêncio de sua presença.
Era dolorido ver a garota, alguém que ele se importava, sofrendo daquela maneira. E ele tinha um ódio particular por Gojo pelo que havia feito.
— Pensava que ele me amava...— Ela comenta no silêncio do quarto bagunçado.
Geto permaneceu em silêncio enquanto ouvia as palavras de S/N, a frustração e a confusão claras em seu rosto.
— Eu também. — responde ele finalmente, sua voz suave e cuidadosamente controlada, tentando manter a calma para acalmá-la. — Mas, claramente, ele não é digno do seu amor.
Geto era uma pessoa amável.
— Não pense nisso agora — ele acrescenta, tentando mudar o assunto, mas sem saber como se consolar. — A dor é recente e intensa, mas com o tempo, irá diminuir. É importante você lembrar disso.
Geto tenta encontrar as palavras certas para confortá-la, embora soubesse que nada poderia apagar o que ela sentia no momento.
— Obrigada Geto...Por ter me avisado.— Ela tenta sorrir para o amigo.
É, foi Suguru que avisou sobre as traições de Gojo. Normalmente melhores amigos escondem os seus segredos, entretanto deixar uma garota tão gente boa como S/N na situação que estava não era certo.
E também porque ele queria muito ficar com ela.
Geto sente uma confusão de sentimentos dentro de si quando vê S/N a tentar sorrir. Sentiu-se aliviado ao saber que ela agradeceu pela verdade, mostrando que confiava nele.
No mesmo instante, porém, lembrou-se de suas emoções conflitantes.
Ele se sentiu culpado por aproveitar-se da situação. Não poderia deixar que ela soubesse o quanto ele ansiava por ocupar o lugar de Gojo neste momento.
— Não precisa agradecer — disse ele, rapidamente tentando se recuperar do conflito interior. — Apenas queria que não sofresse por causa daquele idiota.
Então ela o abraça. Geto fica surpreso com o gesto inesperado, mas rapidamente retribui o abraço e a puxa contra seu peito. Ele fecha os olhos e deixa-a se aninhar entre seus braços, protegendo-a da frieza do mundo exterior e fungando secretamente seu cabelo.
