Tema: Acidente 🙃
Pedido: Eu denovo 🤪
Boa leitura! ❤️🖤
O céu estava nublado naquele dia, como se refletisse a inquietude que tomava conta de Erick Pulgar. Ele olhou para o relógio, esperando uma resposta que parecia demorar uma eternidade. S/n tinha saído mais cedo para resolver alguns compromissos na cidade, e ele estava inquieto. Os dois tinham discutido na noite anterior, uma discussão boba sobre coisas do cotidiano, mas que acabou com S/n saindo apressada e irritada. Ele sentia que algo estava errado, mas tentava afastar o sentimento ruim.
Erick caminhava de um lado para o outro na sala, pegando o celular repetidamente, esperando uma mensagem dela. Nenhuma notificação, nenhuma ligação perdida, nada. Aquilo não era normal. Ele decidiu ligar.
Chamou uma, duas, três vezes, até a caixa postal. Ele soltou um suspiro pesado, sentindo o desconforto crescer no peito. Decidiu sair de casa, ir até o local onde sabia que S/n estaria. Talvez ela tivesse se distraído, talvez o celular estivesse sem bateria. Ele tentou se convencer de que tudo estava bem, mas o nó no estômago não deixava.
Enquanto dirigia pelas ruas movimentadas do Rio de Janeiro, ele notou o tráfego mais lento do que o usual. À frente, viaturas de polícia e uma ambulância estavam estacionadas. Ele freou o carro, ansioso para passar logo pelo congestionamento. Foi quando seu celular tocou.
— Alô? — sua voz saiu rápida.
— Sr. Pulgar? — a voz do outro lado era grave. — Aqui é do hospital municipal. Temos uma notícia para você...
O mundo parou naquele instante. O coração de Erick parecia ter sido arrancado do peito. Ele mal ouviu o resto da frase, suas mãos tremiam tanto que o celular quase caiu. Um acidente. Ela estava envolvida em um acidente de carro. Erick desligou e acelerou o carro em direção ao hospital, tentando controlar as lágrimas que agora ameaçavam cair.
Ao chegar no hospital, as luzes brancas e o cheiro de desinfetante o envolveram, tornando o ambiente ainda mais sufocante. Ele correu até a recepção, a voz embargada.
— S/n... onde ela está? — perguntou com o pouco ar que conseguia puxar.
A recepcionista hesitou antes de apontar o caminho para a sala de emergência. Erick seguiu os corredores como se estivesse preso em um pesadelo. As pessoas ao redor pareciam borrões, nada fazia sentido, exceto a urgência de vê-la. Quando finalmente chegou à sala indicada, foi recebido pelo olhar triste de um médico.
— Ela sofreu um trauma muito grave, Sr. Pulgar. Fizemos tudo o que podíamos, mas...
Erick não queria ouvir mais nada. Ele caiu de joelhos no chão, incapaz de processar o que estava acontecendo. Ela se fora. O amor da vida dele, a mulher que ele prometeu proteger, com quem sonhou construir uma vida, não estava mais ali. As lágrimas caíam livremente agora, misturando-se com a dor profunda que consumia cada parte de seu ser.
Os dias que se seguiram foram um borrão. O funeral de S/n aconteceu rápido, mas para Erick, parecia uma eternidade. Ele mal conseguia se concentrar nas palavras de consolo que amigos e colegas tentavam oferecer. Ele se sentia sozinho, mesmo em meio a tanta gente. A presença dela era tudo que ele precisava, mas ela havia sido tirada dele de uma maneira tão brutal e repentina.
Deitado na cama deles, a almofada ainda tinha o perfume de S/n. Ele segurava o travesseiro com força, como se isso pudesse trazer algum conforto, mas a realidade era esmagadora. A culpa o consumia. Se ele não tivesse deixado que ela saísse tão irritada, talvez as coisas fossem diferentes. Talvez ela estivesse ali com ele, e não debaixo da terra.
Ele começou a se lembrar da última conversa que tiveram, as palavras ditas de forma impulsiva, e o arrependimento esmagador.
Na noite anterior ao acidente, Erick e S/n estavam sentados na sala, tentando decidir onde iriam jantar. A semana tinha sido longa para os dois, e o cansaço estava evidente no rosto de S/n.
— Vamos no restaurante de sempre? — perguntou Erick, enquanto mexia no celular, distraído.
— Sempre o mesmo lugar, né? — respondeu S/n, com uma ponta de irritação. — Que tal fazermos algo diferente por uma vez?
Erick suspirou, largando o celular na mesa. — Não vejo problema em ir lá, a comida é boa, e a gente já conhece o lugar.
S/n cruzou os braços, olhando para ele com uma expressão frustrada. — O problema é justamente esse, Erick. A gente faz sempre a mesma coisa, as mesmas escolhas. Parece que estamos numa rotina sem fim.
— Então sugere algo, não precisa transformar isso em uma discussão — ele disse, a voz um pouco mais firme do que pretendia.
Ela balançou a cabeça, levantando-se do sofá. — Você não entende, né? Não se trata só de escolher um restaurante, é sobre nós! Sobre como você não se importa em tentar fazer algo novo, algo diferente.
— Estás exagerando, S/n. ("Você está exagerando.") Não é pra tanto. — Erick olhou para ela, irritado. — Às vezes você cria problemas do nada.
Aquelas palavras foram a gota d'água. S/n pegou a bolsa rapidamente e se dirigiu à porta.
— Sabe, Erick? Às vezes parece que você nem se importa mais. Eu só preciso de um tempo sozinha.
— Aonde você vai? — Erick perguntou, sem se mover do lugar.
— Vou dar uma volta — ela respondeu sem olhar para ele. — Não se preocupe.
Antes que ele pudesse dizer algo, a porta se fechou com um baque surdo, deixando o silêncio no ar. Erick ficou parado por um momento, pensando em correr atrás dela, mas algo o impediu. A discussão não parecia tão grave, e ele acreditava que ela voltaria logo. Ele se jogou no sofá, frustrado, sem perceber que aquele seria o último momento que teria com ela.
Agora, deitado na cama, ele se odiava por aquelas palavras. Se ao menos ele tivesse insistido, pedido desculpas, abraçado ela e feito as pazes, talvez ela não tivesse saído. Ele havia permitido que ela saísse irritada, e agora... agora ela se foi para sempre.
Uma noite, incapaz de dormir, ele decidiu ir ao local do acidente. Precisava ver com seus próprios olhos, como se isso pudesse lhe dar algum tipo de encerramento. Quando chegou lá, o cenário era frio e vazio. O asfalto ainda tinha marcas da colisão, e Erick se ajoelhou no local, sentindo o coração quebrar mais uma vez.
— ¿Por qué tuviste que irte? ("Por que você teve que ir?") — ele sussurrou, a voz embargada. — No puedo... no puedo seguir sin ti. ("Eu não posso... não posso continuar sem você.")
As lágrimas queimavam seus olhos, e ele socou o chão, sentindo a dor física se misturar à dor emocional que parecia insuportável. Ela era a luz da vida dele, e agora, tudo parecia escuro e sem sentido.
Os dias continuaram passando, mas para Erick, o tempo parecia congelado. Ele não voltava mais aos treinos, não falava com seus colegas de equipe. Todos entendiam o que ele estava passando, mas ninguém sabia realmente o que dizer. Era como se a vida tivesse parado para ele desde o momento em que S/n se foi.
Ele segurava o celular e olhava as últimas mensagens dela. Ela disse que voltaria logo. E agora, para ele, aquele "logo" nunca chegaria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
《Imagine》• ♡Erick Pulgar x Leitora ♡•
FanficVejo que não existe muitas fanfics do nosso carioco com a leitora, então criei essa para ser apenas dele :3 Leia que você não vai se arrepender! PEDIDOS ABERTOS!!!!✨