𝑺𝒐𝒎𝒃𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝑷𝒂𝒔𝒔𝒂𝒅𝒐 (16)

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Com o passar das semanas, a vida em Eldridge começou a se normalizar, mas a sensação de que as sombras ainda estavam à espreita nunca desapareceu completamente. Helena e Gabriel se tornaram pilares da comunidade, promovendo encontros regulares para discutir como se proteger e manter a união entre os moradores.

Em um desses encontros, a senhora Miller se levantou e disse: “Hoje, gostaria de falar sobre o passado de Eldridge. É essencial entender de onde vêm as sombras, para que possamos enfrentá-las de maneira mais eficaz.”

O murmúrio na sala cresceu à medida que todos prestavam atenção. “A cidade foi construída sobre histórias antigas, lendas que muitos esqueceram. Muitas vezes, o medo e a ignorância criam as sombras que nos afligem. Precisamos enfrentar essas verdades.”

Helena sentiu um frio na barriga. “O que você quer dizer com ‘verdades’?”

“Acredito que há segredos enterrados na história da cidade,” a senhora Miller continuou. “Um segredo que, se revelado, pode nos dar a chave para entender as sombras e como elas se manifestam.”

Gabriel, intrigado, perguntou: “Que tipo de segredos?”

“Os fundadores de Eldridge enfrentaram uma força obscura no passado. Eles realizaram rituais para selar essas sombras, mas com o tempo, esses rituais foram esquecidos, e a escuridão começou a ressurgir,” a senhora Miller explicou.

Helena se lembrou do diário que havia encontrado na biblioteca. “Então, precisamos descobrir mais sobre isso. Precisamos saber o que exatamente aconteceu.”

“Exatamente,” disse a senhora Miller. “Existem arquivos antigos na biblioteca, registros que podem nos ajudar a entender o que os fundadores fizeram e como podemos reforçar essas proteções.”

Na manhã seguinte, Helena e Gabriel decidiram explorar a biblioteca novamente. Chegando lá, começaram a vasculhar os arquivos empoeirados. Após horas de busca, finalmente encontraram uma caixa de documentos, coberta de poeira.

Dentro, havia cartas, diários e mapas antigos. Um dos diários chamou a atenção de Helena; pertencia a um dos fundadores, alguém chamado Elias. “Olha isso!” ela exclamou. “Ele fala sobre um ritual que foi usado para selar as sombras.”

Gabriel se aproximou, observando as palavras de Elias. “Diz aqui que eles usaram três artefatos: a Pedra da Luz, um Espelho da Verdade e um Coração da Esperança. Cada um tinha uma função específica para manter as sombras à distância.”

“E onde estão esses artefatos agora?” Helena perguntou, seu coração acelerando.

“Parece que o Espelho da Verdade foi escondido na antiga capela da cidade, e o Coração da Esperança foi colocado em um santuário nas montanhas,” Gabriel leu. “Se conseguirmos encontrá-los, podemos reforçar nossa proteção.”

“Precisamos ir até a capela primeiro,” Helena decidiu, já imaginando a possibilidade de descobrir mais sobre o passado da cidade. “Vamos amanhã.”

No dia seguinte, com lanternas em mãos, eles se dirigiram à antiga capela. O lugar estava envolto em mistério e silêncio, as paredes cobertas de trepadeiras. A porta rangeu ao ser aberta, revelando um interior escuro e empoeirado.

“Fique atento,” Gabriel sussurrou, olhando ao redor. “Qualquer sombra pode estar à espreita.”

Enquanto exploravam o espaço, encontraram uma pequena sala nos fundos, onde uma grande tapeçaria pendia. Helena puxou um canto da tapeçaria, e uma passagem secreta foi revelada.

“Uau!” Gabriel exclamou. “Vamos ver o que há dentro.”

Desceram por uma escada estreita que levava a um subsolo úmido e escuro. No centro da sala, iluminada por uma fraca luz que vinha de uma janela quebrada, havia um pedestal. Em cima dele, um objeto coberto por um pano.

Com um toque hesitante, Helena puxou o pano, revelando um espelho antigo, emoldurado em ouro. “O Espelho da Verdade…” ela murmurou, admirando sua beleza e aura.

Gabriel se aproximou. “Dizem que ele reflete não apenas a aparência, mas a verdadeira natureza das pessoas. Pode ser uma ferramenta poderosa.”

Enquanto examinavam o espelho, uma sombra se moveu nas paredes. “Estamos sendo observados,” Helena sussurrou, sentindo o ar se tornar mais pesado.

“Precisamos sair daqui,” Gabriel disse, seu olhar nervoso. “Agora!”

Eles rapidamente cobriram o espelho e correram de volta pela passagem. Mas, ao alcançarem a porta, uma sombra densa bloqueou a saída, tomando forma e se contorcendo.

“Vocês não podem levar isso!” a sombra sussurrou, sua voz ecoando como um vento gélido. “Esse poder não deve ser despertado!”

“Não podemos deixar que você nos detenha!” Helena gritou, sua determinação crescendo. “Nós somos mais fortes!”

Juntos, eles levantaram as mãos, tentando canalizar a energia da luz que tinham dentro deles. “Que a luz prevaleça sobre a escuridão!” gritaram em uníssono.

A sombra hesitou, e uma onda de luz começou a emanar do espelho, iluminando a sala. A escuridão começou a recuar, e a sombra gritou em agonia.

“Não! Isso não pode acontecer!” ela berrou, antes de ser banida pela luz.

Finalmente livres, Helena e Gabriel correram para fora da capela, ofegantes e exultantes. “Conseguimos!” Gabriel disse, rindo de alívio.

“Mas isso é apenas o começo,” Helena respondeu, segurando o espelho com cuidado. “Ainda precisamos encontrar o Coração da Esperança e entender como usar o que encontramos.”

Enquanto deixavam a capela, uma nova determinação cresceu dentro deles. Sabiam que o caminho ainda seria repleto de desafios, mas agora tinham uma ferramenta poderosa em suas mãos. Com o Espelho da Verdade, estavam mais perto de enfrentar as sombras e proteger Eldridge de qualquer ameaça que pudesse surgir.

Sombras Do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora