𝑨 𝑽𝒆𝒓𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒏𝒂𝒔 𝑺𝒐𝒎𝒃𝒓𝒂𝒔 (26)

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Após a revelação do espelho, Helena e seus amigos saíram da sala secreta da biblioteca com um novo senso de urgência. O eco da voz sombria ainda ressoava em suas mentes, mas a união que tinham formado lhes dava coragem.

“Precisamos entender o que vimos,” Helena disse, enquanto caminhavam de volta à praça. “O espelho não era apenas uma reflexão; era um aviso.”

Gabriel concordou. “Sim, mostrou nossas inseguranças. Mas e se as sombras forem alimentadas por esses medos? Precisamos enfrentar cada um deles.”

De volta à praça, a comunidade estava reunida, ansiosa por ouvir as últimas descobertas. Helena subiu em uma caixa de madeira para falar. “Encontramos um espelho que reflete nossas inseguranças e medos. Precisamos enfrentar isso juntos, mas também entender que o verdadeiro poder vem da nossa união.”

A multidão murmurou, e alguns pareciam inquietos. “E se as sombras começarem a se infiltrar em nossos corações?” uma mulher questionou. “Como podemos combatê-las?”

“Precisamos ser honestos sobre o que sentimos,” Helena respondeu. “Vamos criar grupos para que cada um possa compartilhar suas inseguranças e medos. Somente assim poderemos fortalecer nossa luz.”

Os moradores começaram a se dispersar em pequenos grupos, e Helena se juntou a um deles. Ao ouvir as histórias, percebeu que muitos estavam lidando com perdas, traições e solidão. Cada relato era um fio que tecia a rede de vulnerabilidade que unia a comunidade.

Quando chegou a vez de Lucas falar, ele hesitou, mas logo desabafou. “Eu tenho medo de que, mesmo que consigamos afastar as sombras, elas voltem a me encontrar. A sensação de desamparo me persegue.”

Helena sentiu uma empatia profunda. “Não estamos sozinhos nisso, Lucas. Se encararmos juntos nossos medos, podemos superá-los. Vamos formar uma rede de apoio.”

Com cada encontro, a confiança crescia, mas a sombra que observava de longe parecia mais impiedosa. Helena não conseguia ignorar a sensação de que algo estava prestes a acontecer. À noite, sonhou com figuras sombrias cercando a comunidade, e ao acordar, um frio percorreu sua espinha.

No dia seguinte, enquanto a comunidade se reunia para mais uma sessão de apoio, um grito ecoou pela praça. Todos se viraram para ver um grupo de jovens correndo em direção a eles, com expressões de pânico.

“Eles estão voltando!” um deles gritou. “As sombras estão atacando a floresta!”

Helena sentiu seu coração disparar. “Vamos, precisamos ir até lá!” Ela correu na frente, seguida por Gabriel e Victor, com os moradores se unindo a eles.

Quando chegaram à floresta, a cena era aterrorizante. As sombras se agitavam, se formando em figuras grotescas e ameaçadoras. Helena, sentindo a adrenalina, levantou a mão. “Fiquem juntos! Vamos mostrar que somos mais fortes!”

O grupo se posicionou em círculo, formando uma barreira de luz. Enquanto recitavam as esperanças que haviam compartilhado, a luz começou a brilhar intensamente, repelindo as sombras que tentavam se aproximar.

Mas a figura sombria central, que parecia ser o líder das sombras, avançou em direção a eles, rindo. “Vocês acham que podem me deter com palavras vazias? Eu sou o medo que vocês tentam ignorar!”

“Não somos mais apenas medos,” Helena gritou, a determinação ardendo dentro dela. “Somos luz e esperança, e juntos, somos inquebráveis!”

A luz começou a pulsar mais forte, e a figura hesitou, mas logo lançou um ataque. As sombras avançaram, tentando quebrar a formação do grupo. Helena percebeu que precisavam fazer mais do que apenas repelir; precisavam confrontar o medo de frente.

“Concentrem-se nas suas inseguranças! Encarem-nas!” ela ordenou. “Só assim poderemos vencer!”

Os moradores começaram a compartilhar seus medos em voz alta, criando um eco de vulnerabilidade. “Eu tenho medo de não ser suficiente!” “Eu temo perder as pessoas que amo!” “Eu não quero ser rejeitado!”

A luz, alimentada por essas declarações, começou a crescer em intensidade, envolvendo todos em uma aura brilhante. A figura sombria parecia confusa, suas formas começando a se desfazer.

“Isso não é possível!” a voz ressoou. “O medo sempre será parte de vocês!”

Helena, com a força da luz pulsando em suas veias, respondeu: “Sim, o medo pode ser parte de nós, mas não somos definidos por ele. Escolhemos a luz!”

Com um último grito, todos uniram suas vozes e corações, e a luz explodiu, ofuscando completamente a escuridão. As sombras começaram a se desintegrar, e a figura sombria se contorceu, perdida em sua própria raiva e desespero.

“Vocês podem ter vencido esta batalha, mas a guerra ainda não acabou!” ela gritou, antes de se dissipar em uma névoa escura, desaparecendo na floresta.

A comunidade ficou em silêncio, ofegante, enquanto a luz lentamente se acalmava. Embora a batalha tivesse sido vencida, o eco da sombra ainda permanecia em suas mentes. Helena sabia que a luta continuaria, mas também percebia que a união e a coragem da comunidade eram sua maior arma.

“Hoje, mostramos que podemos enfrentar nossos medos,” ela disse, seu olhar passando por cada rosto ao seu redor. “Mas devemos continuar a apoiar uns aos outros. A luz só se manterá se não deixarmos o medo nos dividir.”

Os moradores assentiram, alguns com lágrimas nos olhos. Eles haviam enfrentado a escuridão juntos e, mesmo que a batalha não tivesse terminado, estavam mais preparados do que nunca para a próxima fase de sua jornada.

Sombras Do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora