𝑶 𝑬𝒄𝒐 𝒅𝒐 𝑷𝒂𝒔𝒔𝒂𝒅𝒐 (7)

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Helena e Gabriel retornaram a Eldridge com uma nova determinação, mas a atmosfera da cidade parecia diferente. A sensação de tensão no ar era palpável, como se algo estivesse prestes a acontecer. Ao se aproximarem da casa da senhora Miller, Helena sentiu um frio na barriga.

“Você acha que ela vai acreditar em nós?” Gabriel perguntou, sua expressão um misto de esperança e preocupação.

“Ela precisa acreditar. Nós sentimos a energia, e a luz… isso não pode ser ignorado,” Helena respondeu, firme.

Ao baterem à porta, a senhora Miller os recebeu com um semblante sério. “O que vocês descobriram?” Ela parecia ansiosa, a preocupação refletida em seus olhos.

“Fizemos um ritual no círculo de pedras,” disse Helena, e a senhora Miller imediatamente se endireitou. “Conseguimos sentir a energia e as sombras hesitaram. Mas… algo ainda não está certo.”

A senhora Miller os conduziu para a sala. “Conte-me tudo. O que vocês sentiram? O que aconteceu?”

Helena explicou o ritual, detalhando como se conectaram com as pedras e o que ouviram. Ao terminar, a expressão da senhora Miller tornou-se grave. “Isso é mais sério do que eu temia. O ritual foi um sucesso, mas as sombras podem ter um plano.”

“Um plano? O que você quer dizer?” Gabriel questionou, o coração acelerando.

“Essas entidades são astutas. Elas podem estar buscando uma maneira de se infiltrar novamente. Precisamos nos preparar para confrontá-las diretamente. O amor verdadeiro é uma força poderosa, mas as sombras também se alimentam de medos e inseguranças,” explicou a senhora Miller.

“Como podemos nos preparar?” Helena perguntou, determinada.

“A energia do círculo não é eterna. Precisamos reforçar essa conexão. Vamos realizar um novo ritual, desta vez envolvendo a cidade e seus moradores. Devemos unir os corações e mentes de todos em Eldridge.”

Helena assentiu, a ideia a animando. “Vamos convocar todos. Se eles souberem o que está acontecendo, talvez possamos criar uma barreira de proteção.”

“Exatamente. Mas, antes de tudo, precisamos entender mais sobre essas sombras. Eu tenho um antigo livro que pode nos ajudar. Vamos encontrá-lo,” a senhora Miller disse, dirigindo-se a uma prateleira em um canto da sala.

Enquanto a senhora Miller procurava, Helena e Gabriel trocaram olhares. “Você acha que as pessoas da cidade vão acreditar na gente?” Gabriel perguntou, preocupado.

“Se elas sentirem a mesma tensão, talvez estejam mais abertas do que pensamos. Precisamos apenas ser sinceros,” Helena respondeu, a esperança começando a brilhar em seus olhos.

A senhora Miller retornou com um livro grosso e empoeirado, coberto de símbolos estranhos. “Aqui está. Ele contém histórias sobre as sombras e os rituais realizados ao longo dos anos. Vamos estudá-lo e preparar um plano.”

Enquanto examinavam o livro, descobriram relatos de antigas cerimônias, sacrifícios e os efeitos das sombras sobre os moradores da cidade. A cada página, Helena sentia que o peso da história de Eldridge estava em suas mãos.

“Olha isso,” disse Gabriel, apontando para um desenho de um antigo ritual. “Isso pode nos dar uma ideia de como unir as pessoas da cidade.”

Helena se concentrou nas palavras, percebendo que a verdadeira força do ritual dependia da união e da sinceridade dos sentimentos. “Precisamos encontrar uma maneira de reunir todos. Podemos fazer isso no parque central, onde todos costumam se encontrar.”

“Sim! Podemos organizar uma reunião e explicar tudo. Se pudermos criar um espaço seguro, talvez possamos invocar a proteção que a cidade precisa,” Gabriel disse, a empolgação começando a tomar conta.

A senhora Miller sorriu. “Vocês estão no caminho certo. Agora, vamos preparar os materiais necessários para o ritual. Precisamos de velas, ervas e um espaço para que todos possam se reunir.”

Após horas de planejamento, Helena e Gabriel sentiram que estavam prontos para a próxima etapa. Com a ajuda da senhora Miller, começaram a organizar a reunião no parque central. Colocaram cartazes e convidaram os moradores, explicando que algo importante precisava ser compartilhado.

Na noite da reunião, o parque estava iluminado por luzes suaves, e a expectativa pairava no ar. Helena olhou para o rosto das pessoas que chegavam — alguns estavam preocupados, outros céticos, mas muitos pareciam curiosos.

Assim que todos se reuniram, Helena tomou coragem para falar. “Obrigado a todos por estarem aqui. Temos algo importante a compartilhar sobre o que está acontecendo em nossa cidade.”

Ela explicou sobre as sombras, o ritual e o que sentiram no círculo de pedras. O murmúrio na multidão cresceu à medida que falava, mas Helena manteve a calma. “Precisamos da ajuda de todos vocês. O amor e a união são as nossas maiores armas contra o que está por vir.”

Gabriel se juntou a ela, compartilhando sua própria experiência e sentimentos sobre a cidade e seus habitantes. “Estamos juntos nessa. Precisamos nos unir, não apenas como vizinhos, mas como uma verdadeira comunidade.”

A multidão começou a responder, a ansiedade se transformando em um senso de propósito. Pessoas começaram a se levantar, compartilhando suas próprias histórias de medo e amor, de perda e esperança.

Helena sentiu que a energia estava mudando, e a conexão entre eles começava a se fortalecer. Juntos, estavam criando uma barreira invisível contra as sombras que ameaçavam sua cidade.

Com a senhora Miller orientando o ritual, eles acenderam as velas e criaram um círculo de proteção ao redor de todos. Enquanto as chamas dançavam, a atmosfera se tornava carregada de emoção.

“Que o amor prevaleça sobre o medo,” a senhora Miller recitou, e todos repetiram, suas vozes ecoando na noite.

Helena fechou os olhos, sentindo a energia pulsar ao seu redor. A esperança estava viva, e ela sabia que, juntos, poderiam enfrentar o que quer que viesse. As sombras podiam estar se aproximando, mas agora, eles tinham um poder maior — a união da comunidade e o amor verdadeiro.

Sombras Do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora