012 - challenges

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Na manhã seguinte ao luau, acordei com a cabeça cheia de lembranças da noite anterior. O sol entrava pela janela, e eu estava convencida de que o brilho dele era um sinal claro de que hoje seria um dia mágico, cheio de surpresas. Isso até eu me lembrar que, em vez de um príncipe encantado, a única coisa que eu tinha era um cabelo desgrenhado e uma maratona de estudos esperando por mim.

Desci as escadas, sentindo o cheiro do café fresco que minha mãe havia feito. Ao entrar na cozinha, encontrei meus pais conversando animadamente, como se tivessem acabado de ganhar na loteria. Olhei para eles, esperando uma explosão de comentários sobre o luau, mas, em vez disso, eles estavam falando sobre... arte contemporânea?

— Bom dia, dorminhoca! — minha mãe disse, me lançando um olhar cúmplice. — Você estava tão animada para o luau que dormiu como uma pedra.

— Eu? Dormi? — ri, tentando disfarçar o fato de que realmente não lembrava quando foi a última vez que dormi sem sonhar com JJ. — Claro, porque, você sabe, a vida de uma surfista iniciante é superexcitante.

— O que foi, querida? Está com medo de que um tubarão surja de repente e a arraste para o fundo do mar? — meu pai perguntou com um sorriso sarcástico.

— É, pai, essa é a minha maior preocupação. E por que não? Isso realmente faz parte da experiência. — eu respondi, jogando a cabeça para trás em uma dramatização digna de um Oscar.

Depois de um café da manhã que consistia em torradas queimadas e uma quantidade excessiva de café, decidi que precisava enfrentar meus desafios do dia. A primeira tarefa? A matemática. O destino havia decidido que o tempo de estudo seria a minha verdadeira prova de fogo, em vez de uma emocionante sessão de surfe.

Quando finalmente me sentei à mesa de estudo, olhei para o livro com um misto de desespero e determinação. Parecia que as equações estavam dançando na minha frente, como se estivessem zombando da minha falta de habilidades matemáticas. “Que ótimo, ainda não consegui dominar a arte de surfar, e agora estou tendo dificuldades em não afundar nesta nova maré de números!”

A essa altura, um grupo de mensagens começou a pipocar no meu celular. Eram meus amigos, e o assunto era um convite para um dia de surfe. Obviamente, eles queriam me torturar com lembranças do luau e, quem sabe, alguns comentários sobre como JJ havia sido gentil e divertido (como se eu não estivesse morrendo de saudade dele).

Com o coração acelerado, decidi que precisava me juntar a eles. Como não poderia ser diferente, as promessas de um dia no mar se tornaram a única coisa que eu conseguia pensar. Peguei minha prancha e fui em direção à praia, como se estivesse indo para a minha primeira competição de surfe.

Quando cheguei, já vi o grupo se preparando. JJ estava lá, como sempre, com um sorriso que poderia iluminar uma cidade inteira. Ele estava conversando com Sarah e Cléo, e, ao me ver, acenou com entusiasmo.

— Olha quem decidiu se juntar a nós! — JJ exclamou, e eu pude sentir meu rosto esquentar enquanto me aproximava.

— Oi, pessoal! — eu disse, tentando parecer relaxada, mas sabia que estava mais nervosa do que uma estreante em um concurso de beleza.

— Então, pronta para o desafio de hoje? — Pope perguntou, parecendo mais animado do que eu. Isso só me lembrou que, para ele, surfar era tão fácil quanto respirar.

— Pronta para a humilhação, talvez. — eu respondi, forçando um sorriso.

— Relaxa, Kiara! Você já surfou antes, certo? — Cléo disse, piscando para mim. A única coisa que eu podia pensar era que “já ter surfado” não se aplicava a “tentar não ser arrastada pelas ondas”.

Enquanto o grupo se espalhava, eu peguei minha prancha e comecei a me preparar. JJ se aproximou e, com um sorriso no rosto, disse: — Eu posso te ajudar, você sabe.

— Ah, claro, porque você é o mestre das ondas agora, não é? — respondi com um toque de ironia.

— De certa forma, sim! — ele riu, parecendo genuinamente divertido com a provocação.

Depois de alguns minutos de conversa e de tentativas de me acalmar, finalmente entrei na água. As ondas estavam mais altas do que eu esperava e, em um momento de ousadia, decidi que era hora de mostrar o que eu realmente sabia (ou pensava que sabia).

A primeira tentativa foi, claro, um desastre completo. Eu estava tão concentrada em tentar ficar de pé que acabei caindo direto na água, fazendo um mergulho digno de um filme de comédia. Quando subi à superfície, percebi que estava cercada por risadas.

— Bom trabalho, Kiara! — JJ gritou, segurando a prancha enquanto tentava não rir demais.

— Essa foi a melhor queda que já vi! — John B acrescentou, enquanto eu me afundava ainda mais na água, tentando me esconder da vergonha.

Mas, em vez de me deixar desanimar, a risada deles me fez sentir que eu estava realmente entre amigos. E assim, decidi que, se eu ia cair, cairia com estilo. As tentativas seguintes foram um pouco melhores, e logo estava pegando algumas ondas (ou tentando, pelo menos).

Durante uma pausa, enquanto todos estavam na areia, aproveitando uma água de coco, JJ se sentou ao meu lado.

— Você realmente se saiu bem hoje. Acredite, você está melhorando! — ele disse, olhando para o mar com um sorriso satisfeito.

— Obrigada! Ou talvez eu esteja apenas aprendendo a cair com mais elegância. — eu ri, revirando os olhos. — É o que toda surfista iniciante sonha, certo?

— Bom, pelo menos você se diverte enquanto isso. — Ele disse, seu olhar ainda fixo no horizonte.

Enquanto conversávamos, percebi que havia uma conexão entre nós, uma espécie de cumplicidade que tornava aqueles momentos ainda mais especiais. No entanto, em meio à nossa conversa, não pude evitar a sensação de que um desafio ainda estava por vir.

Depois de uma tarde cheia de diversão e algumas quedas dignas de um campeonato de comédia, decidimos voltar para a praia e nos juntar ao resto do grupo. O sol estava começando a se pôr, e a luz dourada parecia mágica.

— O que você acha de fazermos uma competição de surfe? — Pope sugeriu, e a ideia rapidamente ganhou força.

— Isso não vai acabar bem. Eu sei que vou ser a única a cair! — eu ri, tentando me proteger do inevitável desastre.

— Ah, venha, Kiara! Você não pode se esconder para sempre! — JJ provocou, e eu não consegui resistir.

— Ok, está bem. Mas se eu cair, vou exigir uma rodada de sorvete como recompensa! — Eu declarei, sentindo que a autoconfiança estava começando a voltar.

As competições começaram, e, embora eu não tenha sido a campeã, a energia estava tão alta que me fiz sentir como se tivesse ganho a medalha de ouro. Rimos, competimos e, acima de tudo, nos divertimos. No final do dia, a sensação de pertencimento era palpável.

Enquanto o sol se punha no horizonte, eu olhei para JJ, que estava ao meu lado, e percebi que, embora eu ainda estivesse em um mar de desafios, ao menos não estava sozinha. E, no final, isso fazia toda a diferença.

𝐄𝐍𝐃𝐋𝐄𝐒𝐒 𝐀𝐔𝐆𝐔𝐒𝐓 . . . ʲᶦᵃʳᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora