𝐄𝐍𝐃𝐋𝐄𝐒𝐒 𝐀𝐔𝐆𝐔𝐒𝐓 . . . ʲᶦᵃʳᵃ

015 - promises

O sol nasceu radiante no dia seguinte, como se a tempestade da noite passada fosse apenas uma lembrança distante, mas os ecos daquele beijo permaneciam vivos em minha mente. Senti-me como se tivesse surfado em uma onda perfeita, aquela que todos desejam pegar, mas poucos realmente conseguem. A adrenalina ainda pulsava nas minhas veias, e a ansiedade de descobrir o que aquele momento significava para nós estava em alta.

Depois do café da manhã, que consistiu em uma mistura de frutas, pães e o tradicional café que minha mãe sempre fazia, decidi que era hora de colocar minha coragem à prova novamente. O grupo de JJ estava organizando um passeio à praia, e eu sabia que, se queria me sentir parte disso, precisava me envolver e superar as inseguranças que me assombravam.

Assim que cheguei à praia, pude sentir a energia vibrante no ar. O sol brilhava intensamente, e o mar estava calmo, mas com algumas ondas perfeitas quebrando na areia. JJ já estava lá, junto com os outros, incluindo Sarah e John B, que pareciam um casal feliz e despreocupado, enquanto Pope e Cléo trocavam provocações amistosas. O clima era leve, e eu me sentia quase nervosa, como uma surfista prestes a encarar sua primeira onda.

— Ei, olha quem decidiu se juntar a nós! — JJ gritou ao me ver, acenando animadamente. A felicidade em seu rosto fez meu coração disparar.

— Eu pensei que já estava tarde demais! — respondi, tentando parecer confiante, embora a verdade fosse que eu ainda estava me recuperando do beijo.

— Nunca é tarde demais para se divertir, Kiara! — Sarah exclamou, puxando-me para o grupo. — Você está pronta para pegar algumas ondas?

— Estou, mas ainda sou novata — eu disse, forçando um sorriso.

— Novata? Vamos fazer de você uma profissional ainda hoje! — John B brincou, piscando para mim. — E quem sabe você e JJ possam pegar mais do que apenas ondas hoje.

Eu ri, mas a piada só fez o calor subir em meu rosto. JJ lançou um olhar cúmplice para mim, e eu sabia que a conexão que havíamos criado na noite anterior ainda estava muito viva.

— Vamos lá, então! — JJ disse, pegando sua prancha e me convidando a segui-lo até a água. O mar parecia me chamar, e, à medida que caminhávamos pela areia, a ansiedade e o nervosismo foram se dissolvendo na brisa salgada.

O grupo rapidamente se espalhou, cada um se preparando para surfar. Enquanto JJ me ensinava a me posicionar na prancha, eu não pude deixar de me sentir empoderada, quase como se estivéssemos em nosso próprio mundo, longe de qualquer expectativa ou preocupação.

— Agora, quando a onda vier, você precisa remar com força e, assim que sentir a onda pegando, é só levantar — ele explicou, sua voz tranquila e encorajadora. — E não se esqueça: é tudo sobre o equilíbrio.

— Equilíbrio e coragem, certo? — brinquei, olhando para ele.

— Exatamente. Agora, vamos ver do que você é capaz! — ele disse, dando um passo para trás e observando enquanto eu me preparava.

Concentrei-me, tentando ignorar o nervosismo que me fazia tremer. O mar estava lindo, e o som das ondas quebrando ao meu redor me deixava mais tranquila. Remando para a frente, consegui pegar uma onda e, antes que eu pudesse pensar muito, levantei-me, equilibrando-me na prancha.

— Você conseguiu! — JJ gritou, e a empolgação em sua voz me deu um impulso extra. Mas, como uma novata, a onda não durou muito tempo, e eu rapidamente perdi o equilíbrio e caí na água.

A sensação de afundar na água foi refrescante, mas logo me vi emergindo com uma risada, aproveitando o momento. O grupo aplaudiu, e a alegria que sentia foi intensificada pelo apoio deles.

— Você é uma surfista nata! — Sarah gritou, e eu sorri, puxando meu cabelo para trás enquanto nadava de volta à superfície.

Após várias tentativas e algumas quedas, minha confiança começou a crescer. Finalmente, quando consegui pegar uma onda maior, o mundo à minha volta parecia desaparecer. A adrenalina corria pelas minhas veias, e o sentimento de liberdade me envolvia. Quando voltei para a areia, JJ estava me esperando, com um sorriso largo no rosto.

— Você estava incrível! — ele disse, seus olhos brilhando de entusiasmo.

— Obrigada! — eu respondi, ainda respirando pesadamente. — Eu não sabia que poderia me sentir tão viva.

— É assim que se sente quando você se joga nas ondas — ele respondeu, e havia um tom de seriedade em sua voz. O momento estava se transformando em algo mais, e eu sabia que não era apenas sobre surfar.

Depois de várias tentativas, finalmente tomei coragem para puxá-lo para a água comigo, desafiando-o a pegar uma onda ao meu lado. Era uma maneira de celebrar o que estávamos construindo juntos e de solidificar a conexão que havia surgido entre nós.

Enquanto esperávamos pela próxima onda, JJ me puxou para mais perto. — Você é mais corajosa do que imagina — disse ele, o olhar intenso e focado em mim.

— E você é o melhor instrutor! — brinquei, fazendo uma cara engraçada. — Agora, me diga: o que você acha que acontece quando um surfista e uma surfista se juntam?

— Eu diria que eles sempre terão as melhores ondas juntos! — ele respondeu, rindo.

O restante do dia foi repleto de risadas, desafios e momentos em que me senti completamente à vontade. A conexão entre nós se tornava mais forte a cada onda que pegávamos, e havia uma cumplicidade nas nossas interações que não poderia ser ignorada.

Com o sol começando a se pôr, o céu estava pintado de tons quentes de laranja e rosa, e o mar se tornava um espelho para o espetáculo no céu. Enquanto todos se reuniam para um piquenique na areia, JJ e eu nos sentamos juntos, observando o horizonte.

— Você sabe, eu nunca pensei que um verão pudesse ser tão incrível — eu confessei, olhando para ele. — Acho que é porque estou aqui com você.

Ele virou-se para mim, a expressão séria e genuína. — O que você está dizendo, Kiara? Porque eu sinto que esse verão é especial. E não é só sobre surfar.

O calor subiu novamente ao meu rosto, e o espaço entre nós parecia encolher. — Eu também sinto isso. Como se cada dia fosse um novo capítulo.

— E que capítulo incrível estamos escrevendo juntos — ele disse, seu olhar penetrante em meus olhos.

Naquele momento, percebi que, independentemente do que acontecesse no futuro, esse verão já havia mudado tudo. A ideia de um amor passageiro agora parecia uma possibilidade de um futuro mais brilhante. E, à medida que a noite se aproximava e o cheiro do mar se misturava com o da comida que estávamos prestes a compartilhar, eu sabia que o que vivíamos não era apenas sobre ondas e risadas; era sobre promessas e a esperança de que poderíamos enfrentar qualquer tempestade juntos.