IX 🦋

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                                                                  Continuei 💕🤌🏽

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Maraisa

1 Semana depois

Eu gosto de segurar a mão da minha irmã...era o que balala era...minha irmã embora disse-se que tudo bem que eu a chame d e mamãe sei que para ela é estranho agente ainda não se conhece muito mas eu confio nela...acho que o meu amor por ela faz com que eu me esqueça de que não passamos tanto tempo assim juntinhas.

A mão dela é sempre quente e macia, e eu gosto de como ela me guia pelos lugares, mesmo que às vezes a gente vá a lugares esquisitos, como o hospital. Não gosto do hospital. Sempre que a gente vai, tem pessoas sérias, cheirando a remédio e agulhas, e as agulhas doem. Acho que Maiara não gosta de hospital também, porque sempre que vamos, ela fica com aquela cara de preocupação. Às vezes ela até parece triste, mas finge que tá tudo bem. Eu sei que não tá.

Hoje é mais um desses dias. Eu vejo Maiara falando com o moço de jaleco. Ele sempre fala palavras que eu não entendo direito. Tipo "infantilismo". Eu acho essa palavra engraçada. Parece que quer dizer algo sobre crianças, e eu gosto de coisas de crianças. Gosto de bonecas, de roupas fofinhas e de assistir meus desenhos preferidos. Isso não tem nada de errado, né? Todo mundo gosta de alguma coisa.

— Isa, quer um sorvete? — Maiara pergunta, tentando me distrair.

Eu gosto quando ela me chama de "Isa". É fofo. Me faz sentir protegida.

— Quero! — respondo animada, levantando a mão como se fosse na escola.

Eu adoro sorvete. O de morango é o meu favorito, mas hoje não tem morango, então eu aceito chocolate. Maiara parece aliviada por me ver sorrindo, e isso me faz sorrir mais ainda. Acho que ela gosta de me ver feliz. Só que, de alguma forma, eu sinto que ela tá diferente hoje. Ela parece... distante.

As coisas parecem ter dado um nó para ela...

Ela tem ficado tão distante o tempo todo, e eu vejo que Marília e Luísa percebem isso também.

Balala e eu estamos indo pra esse lugar depois que o tal doutor ligou pra ela.

A gente se senta em uma daquelas cadeiras da sala de espera, e eu começo a brincar com os cadarços do meu tênis. Gosto de como eles fazem laços engraçados quando eu os puxo pra cá e pra lá. Maiara e o moço ainda estão conversando, e mesmo que eu tente prestar atenção, as palavras parecem voar pela minha cabeça, e eu acho que era por isso que antes de morar com
Balala os moços chamavam Isa de lesada.

Eu não sei o que a palavra significa mas sei que concerteza eu sou isso aí.

Eu ouço algumas delas, como "tratamento" e "acompanhamento", mas não entendo muito bem o que elas querem dizer.

Eu olho pra Maiara, que tá com a testa franzida, e me pergunto por que ela tá sempre assim, tão séria. Ela nao tá sorrindo como antes. Eu lembro quando a gente se encontrou ou melhor como ela sempre fala que eu encontrei ela, e ela ria de tudo. Agora, parece que o mundo pesa demais sobre ela. E eu não sei como ajudar.

— Mãe... — eu chamo baixinho. Ela nunca me corrige quando eu a chamo assim, mas eu gosto de chamar. Pra mim, ela é como uma mãe. Ela cuida de mim, me ajuda com tudo. Eu só confio nela.

Maiara olha pra mim e sorri, mas é um sorriso meio triste. Eu sei que tem algo errado, mas não sei o que é. Talvez seja porque ela precisa cuidar de mim o tempo todo. Eu sei que sou uma pessoa difícil. Às vezes eu esqueço as coisas, ou faço coisas que ela não gosta...

Ohana 🦋Onde histórias criam vida. Descubra agora