𝗻𝗼𝗶𝘁𝗲𝘀 𝗱𝗲 𝗳𝗲𝘀𝘁𝗮

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𝗛𝗔𝗡'𝗦
𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗏𝗂𝖾𝗐

O dia começou de maneira dolorosamente previsível

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O dia começou de maneira dolorosamente previsível. A luz da manhã atravessava a persiana do meu quarto como um golpe certeiro em minha cabeça, e o som do despertador parecia uma sirene de guerra. Mal abri os olhos e já sabia: a ressaca era monumental. Não apenas um leve desconforto, mas aquele tipo de ressaca que faz seu corpo todo doer, como se tivesse sido atropelado por um caminhão.

O primeiro pensamento que tive ao acordar foi "por que eu deixei o Felix me convencer a beber tanto?". O segundo foi "por que eu sou assim?". Levantei da cama com o cuidado de alguém que teme que qualquer movimento possa causar um terremoto na cabeça, tentando me recompor antes de enfrentar o dia.

O apartamento estava silencioso, mas quando entrei na sala, o loiro já estava lá, parecendo tão miserável quanto eu. Ele estava sentado à mesa da cozinha, com uma garrafa d'água em uma mão e uma expressão de quem havia se arrependido de todas as decisões da noite anterior. Ele ergueu os olhos lentamente para me encarar, e nenhum de nós precisou dizer nada. O olhar de desespero compartilhado dizia tudo.

— Eu te odeio. Você sabe disso, né? — foi a primeira coisa que saiu da minha boca, a voz rouca.

O Lee soltou uma risada fraca, que pareceu doer em sua própria cabeça. — Você adorou cada segundo da noite passada. Não me engana.

Eu suspirei e fui até a geladeira, pegando um suco de laranja. — Sério, por que a gente bebeu tanto? Agora tenho que ir 'pro trabalho desse jeito. Que inferno.

Felix deu de ombros, se levantando devagar, como se cada músculo do corpo estivesse gritando de dor. — A gente fez isso porque, às vezes, é o único jeito de esquecer a semana. Ou de não pensar em... bem, outras coisas.

Balancei a cabeça, tentando lembrar o que exatamente aconteceu na noite anterior. Lembrava de risadas, de mais brindes do que deveria ter feito, e de uma confusão de palavras sobre a vida, o trabalho... e, talvez, sobre Minho.

Ah, Minho. Só de pensar no nome, senti a cabeça doer ainda mais. Aquele frio que ele demonstrou na palestra não saía da minha mente, e por um momento, me perguntei se isso também era parte do motivo para eu ter bebido tanto. Mas isso não importava agora. O que importava era sobreviver à ressaca e chegar ao trabalho sem desmaiar no caminho.

— Vamos logo, Ji — o loiro disse, se espreguiçando lentamente. — O metrô não vai esperar a gente, e, sinceramente, eu não quero ser demitido por estar atrasado... de novo.

Concordei, mesmo sabendo que o metrô seria uma tortura. Nos arrastamos para fora do apartamento, eu ainda tomando pequenos goles de suco de laranja enquanto tentava parecer minimamente apresentável. Meu corpo parecia pesar o dobro, e minha cabeça latejava a cada passo, como se tivesse um martelo batendo dentro dela.

𝗺𝗲𝗿𝗱𝗮! 𝗳𝗶𝘇 𝗮𝗺𝗼𝗿 𝗰𝗼𝗺 𝗼 𝗖𝗘𝗢, 𝗆𝗂𝗇𝗌𝗎𝗇𝗀Onde histórias criam vida. Descubra agora